No limiar do século XXI, a crise de refugiados é um problema que o Brasil foi convidado a administrar, combater e resolver. Para isso, a nova lei de imigração garantiu ao migrante igualdade de direitos com os nacionais. Por outro lado, sabe-se que os refugiados sofrem diversas formas de discriminação, tendo dificuldades para conseguir empregos e, muitas vezes, sendo submetidos a condições de vida degradantes. Em 2011, ocorreram manifestações contra governos autoritários de países do Oriente Médio e Norte da África. A partir desse evento, denominado Primavera Árabe, aumenta a cada ano o número de estrangeiros que buscam abrigo no Brasil. Essas concessões de refúgio tiveram seu ápice no ano de 2014, com o agravamento da guerra na Síria, consoante dados fornecidos pelo governo brasileiro e divulgados em notícia do jornal o Globo. Nesse cenário, posto que o nosso país tenha legislação inovadora voltada para a proteção dos imigrantes, os refugiados ainda sofrem com intolerância e preconceito, dificilmente conquistando condições dignas de vida. Os referidos impasses não são um problema moderno e nem exclusivos do Brasil. O tema já foi retratado no livro “o apanhador de pipas”. Na história, pai e filho escapam da guerra do Afeganistão, que ocorreu no final da década de 1970, para viver nos Estados Unidos. Porém, o patriarca possui subempregos e precisa ser auxiliado com o trabalho do filho adolescente para garantir seu sustento e sua sobrevivência. Por dificuldades similares passam os abrigados no Brasil contemporâneo, vivendo à margem da sociedade, porquanto detêm reduzidas oportunidades de atividade remunerada. Assim, o Ministério da Educação, com auxílio das Sociedades Civis de Interesse Público (OSCIP), tem o dever de organizar e oferecer cursos profissionalizantes aos refugiados, de modo que possam adquirir melhores oportunidades de emprego e, consequentemente, condições sociais favoráveis. Uma sugestão de atividade é a de professor de idiomas, sendo que os imigrantes lecionariam a língua nativa do seu país de origem. Para obter sucesso na empreitada, os órgãos governamentais tem o papel de selecionar, por meio de concursos públicos, os brasileiros interessados em ministrar os cursos. Desse modo, também irá fomentar novos empregos para os nacionais.