Zygmund Bauman, sociólogo e escritor, em uma de suas obras denominada "Estranhos em nossa porta", retrata o drama vivido pelos refugiados, representado pelos nossos piores medos. Nesse sentido, sabe-se que os deslocamentos populacionais em massa para o Brasil, tornam a obra do autor uma realidade. Mediante fatores históricos, insuficiências governamentais e morais, a problemática instala-se no país, sendo um fato retrógrado, de caráter destrutivo e inercial a ser combatido. A principio é possível salientar que guerras, perseguições, religião, raça, nacionalidade, grupo social e opiniões políticas são algumas das causas nas quais levam uma pessoa a fugir de seu país de origem. Em decorrência a esses fatos, foi implantada a convenção de 1951 relativa ao estatuto do refugiado, que estabelece padrões básicos para o tratamento dos imigrantes, sem discriminação, o que demonstra a empatia dos países acolhedores, pelo menos no papel. Sob essa perspectiva, a vida de estrangeiros buscando refúgio cresceu no Brasil, assim como a xenofobia. O país, atualmente, abriga mais de 8 mil refugiados que se deparam com inúmeras barreiras para a sua sobrevivência, dentre elas a precariedade em moradias, mercado de trabalho escasso e explorador e o forte preconceito. Essa ausência de receptividade e acolhimento quebra as expectativas de um país multicultural e aumenta a dificuldade dos imigrantes, em que sentem-se deslocados e desvalorizados como seres humanos. Conclui-se, portanto, que segundo Isaac Newton um corpo tende a permanecer em repouso até que uma força atue sobre ele. Desse modo, será necessária a atuação de uma força suficiente contra o percurso do drama vivenciado pelos refugiados. O Brasil precisa fortalecer as políticas públicas de abrigo e emprego, através da atuação do Governo Federal, para que a projeção de um fluxo cada vez maior de imigrantes não se transforme em crise. Além disso, é imperioso a criação de campanhas midiáticas impactantes e abrangentes no pensamento crítico, que estimulem a população a inserção do refugiado na sociedade, como um cidadão digno de respeito e acolhimento. Só então, com essas medidas, a realidade de Bauman torne-se passageira, a xenofobia erradicada e o imigrante realmente apoiado.