Título da redação:

É preciso lembrar do passado

Proposta: O drama dos refugiados no Brasil Contemporâneo

Redação enviada em 20/10/2017

Refugiado é aquele que foi forçado a migrar de seu país por conta de intolerância étnica e/ou religiosa, perseguição política, violação de direitos humanos, guerra ou violência generalizada. Assim, em um contexto de tensões no Oriente Médio, muitos que lá habitavam buscam refúgio no Brasil. Contudo, quando chegam ao país, deparam-se com mais dramas, como a dificuldade de integrarem-se em sociedade, a qual leva à exclusão social e à escravidão contemporânea. A exclusão social sofrida por esses migrantes está ganhando proporção. Isto deve-se ao intenso nacionalismo e a progressiva xenofobia dos brasileiros para com os refugiados. Muitos cidadãos não aceitam que essas culturas, ideologias e religiões tão diferentes das existentes no país, se estabeleçam, como evidenciado no ato Anti-Imigratório na Avenida Paulista, em 2017. Isso porque, seguindo as palavras do coordenador da Comissão de Direitos Humanos, da OAB-SP, Martim Sampaio, está havendo uma importação do extremismo difundido na Europa. Situação esta, que não condiz com um povo que deveria entender os refugiados, já que muitos são descendentes daqueles imigrantes europeus ou africanos do período colonial. Além disso, esses retirantes possuem dificuldade em aprender a língua portuguesa – graças ao difícil acesso ou à baixa oferta adequada – e em revalidar seus diplomas. Nesse último caso, esse impasse, às vezes, é proposital, uma vez que alguns imigrados são formados em cursos renomados, e no contexto de crise econômica, desemprego e xenofobia, os nativos não querem perder vaga de emprego para os refugiados. Dessa forma, estes precisam aceitar condições sub-humanas de empregabilidade, a fim de conseguir o mínimo para viver, o que configura a escravidão contemporânea. Logo, o local de refúgio passa a ser o mais novo pesadelo. Destarte, observa-se que é imperativo reduzir os dramas sofridos pelos expatriados, no Brasil. Para isso, a mídia pode mostrar, em programas de elevada audiência, como é a vida desses indivíduos em seu país de origem e no Brasil, de modo a impactar, sensibilizar e informar os brasileiros, humanizando a figura marginalizada do imigrante. Ademais, O Conare, em pareceria com o Poder Executivo (fornecendo espaço nas escolas públicas), e com professores voluntários de ONGs, pode oferecer aulas gratuitas de português para esse povo. Por fim, o Ministério da Educação deve desburocratizar os processos de revalidação de diplomas, bem como contratar mais profissionais especializados, com o intuito de agilizar e otimizar o procedimento. Sob essas perspectivas, essas pessoas finalmente poderão reconstruir suas vidas.