''O Brasil é o país do futuro, sempre''. A atemporal sentença do escritor Millôr Fernandes define o crítico cenário do que deveria ser somente algo positivo, mas traz também obstáculos: a questão dos refugiados no Brasil. Nesse sentido, os intensos conflitos civis e desastres naturais pelo mundo são resultados do aumento do número de emigrados para o país. Essa questão prova a necessidade dos debates acerca emigrações forçadas em território nacional. Em primeiro plano, a dimensão continental brasileira e a falta de controle nas fronteiras são pontos favoráveis para a vinda de exilados. Nesse contexto, uma pesquisa realizada pela Folha de São Paulo mostrou que os fluxos migratórios forçados cresceram mais de 130% nos últimos dez anos para o Brasil. Com isso, os casos de xenofobia crescem paulatinamente, tornando a solidariedade invisível por parte da população nacional. As reuniões do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, realizadas desde 1950, são provas históricas de que o problema não é recente. Ademais, é inquestionável que o governo não tem planejamento financeiro para acolher esses emigrados. Em todo país, refugiados procuram empregos, moradia e saúde, porém o mesmo é escasso para muitos cidadãos brasileiros, que resulta no alto índice de violência urbana e preconceito. Em paralelo a isso, 75% dos emigrante são de origens sul-americana, saindo de regimes socialistas e conflitos por terras, segundo dados do IBGE. Deve-se reverter esse paradigma para asilar e integrar socialmente quem fugiu de eu país. Evidencia-se, portanto, que o preconceito e falta de integração social são canalizadores para o drama dos refugiados no Brasil. Para reverter esse panorama, é necessário que as mídias, com o auxílio de ONG's, organizem palestras sobre a condição desses países em crise com o objetivo de alertar sobre a situação precária dessa população. O governo federal, por sua vez, deve criar um planejamento social para hospedar, construindo abrigos e incentivando a educação para alcançar o mercado de trabalho. Quem sabe, assim, a questão dos refugiados deixe de ser uma preocupação nacional.