Diáspora é o termo utilizado para se referir à “dispersão de povos”, por motivos políticos ou religiosos, e surgiu, inicialmente, com migração dos judeus pelo mundo antigo, especialmente pelo exílio babilônico, que se verifica até a atualidade, também serve para descrever qualquer comunidade que vive fora do seu local de origem, não só a semita. Nesse sentido, o grupo Tribalistas, composto por Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown e Marisa Monte, retorna e lança a canção “Diáspora”, que trata do drama dos refugiados e que, segundo a letra, chegam “no barco cheio de fariseus”, sejam eles cubanos, sírios ou ciganos. Com essa temática, os cantores usam a arte para trazer o tema do refúgio, que vem enfrentando problemas no Brasil. Em primeiro lugar, o país tem proporções continentais, maior que a Europa e a Oceania, faz fronteira com quase todos os outros países da América do Sul, exceto Chile e Equador, e tem uma das cidades mais populosas do mundo, São Paulo. Segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são essas características atrativas para os povos de outras etnias. No ano de 2011, o Acre recebeu uma leva de 500 haitianos após o terremoto no país de origem deles, de acordo com o Departamento de Polícia Federal. São outras 500 pessoas que o Brasil terá que abrigar, alimentar, medicar e empregar, “tirando” a oportunidade de outros 500 brasileiros, mas o que a federação pode fazer? É questão humanitária aceitar vítimas de uma catástrofe ou refugiados e dar o mínimo de sustento para recomeçarem suas vidas com dignidade. Entretanto, para o auditor-fiscal de trabalho Paulo Sérgio de Almeida, presidente do Conselho Nacional de Imigração, a problemática ocorre pois o Brasil "não tem uma legislação migratória coerente com a evolução que o país teve nos últimos anos e com os compromissos que o país adotou em tratados internacionais, principalmente na área de Direitos Humanos e sócio-laborais", em entrevista ao jornal “El país”, no ano de 2015. A entrevista de Almeida mostra a falta de uma lei que acolha os refugiados e o caráter prioritário ao que isso deve ser dado, pois, ainda segundo o presidente, o país tomou forma no cenário internacional e as condições de vida melhoraram, tornando-o mais atraente. Já que o país assumiu compromisso da questão, portanto, deve cumprir e resolvê-la. A princípio, os três poderes de Montesquieu (Legislativo, Executivo e Judiciário) devem estabelecer medidas efetivas para categoria, diminuindo a burocracia sobre entrada e permanência dos refugiados, e, principalmente, facilitar a revalidação de diplomas para ingresso no mercado de trabalho, dando uma nova chance de vida digna para eles. A mídia deve, ainda, criar pautas e debates em programas de auditório, objetivando a sensibilização populacional sobre o dilema e evitando problemas de xenofobia que poderiam ocorrer. Por fim, a escola deve cumprir seu papel de formação cidadã e ensinar seus alunos a respeitarem outras civilizações, ação que pode ser feita dentro da disciplina de Sociologia. Assim, segundo a “diáspora” Tribalista, os “sem lugar” terão chance no Brasil.