Título da redação:

As aparências de um Brasil acolhedor

Proposta: O drama dos refugiados no Brasil Contemporâneo

Redação enviada em 07/10/2017

O Brasil sempre esteve de portas abertas para o recebimento de imigrantes, que ajudaram no povoamento do sul, assim como serviram de mão de obra nas plantações de café e nas indústrias paulistas no século XIX. Atualmente, o país tem recebido um grande número de refugiados, que fogem de perseguições religiosas, políticas ou raciais, em busca de um território para viverem. No entanto, a falta de políticas públicas e o preconceito por parte dos nativos têm dificultado a integração desses indivíduos à sociedade brasileira. Desde a entrada brasileira na Convenção Internacional sobre o Estatuto dos Refugiados, em 1951, o país tem sido pioneiro na criação de leis para o reconhecimento dos direitos aos expatriados. Contudo, essa vanguarda não é o suficiente para incluí-los na sociedade. Os 8.800 refugiados recebidos, segundo o Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE), têm encontrado adversidades em conseguir trabalho, moradia, tratamento médico e o aprendizado da língua portuguesa. Analogamente o povo brasileiro também sofre com alguma dessas carências, uma vez que o governo não consegue atender toda demanda por essas necessidades, o que dificulta a criação de políticas especificas para atender aos emigrados. Além disso, os refugiados enfrentam o preconceito por parte dos brasileiros. De acordo com o filósofo Norberto Bobbio, o preconceito é constituído de uma opinião errônea que é aceita passivamente, sem passar pelo julgamento da razão. Por conseguinte, devido a essa falta de crítica os expatriados pobres são os que mais sofrem com a discriminação. A intolerância os leva a ter dificuldades na obtenção de emprego, direcionando-os ao mercado informal e muitas vezes à marginalização. Dessa forma, as dificuldades enfrentadas pelos refugiados podem ser amenizadas, por meio da execução de algumas ações. Primeiramente, o CONARE pode proporcionar aos expatriados cursos de língua portuguesa e profissionalizantes, a fim de auxilia-los na inserção ao mercado de trabalho. Para isso, o comitê pode buscar professores voluntariados, que em troca, podem receber incentivos como isenções ou descontos nos impostos. Ademais, Ongs como a Caritas Brasileira, que trabalha na defesa dos direitos humanos, pode promover a conscientização do brasileiro em respeitar os imigrantes. Para isso, ela pode divulgar campanhas em rádio, televisão e internet, além de realizar debates em grandes cidades, que os recebem em maior número a fim de gerar maior empatia por eles. Desse modo, ao conceder-lhes educação, moradia e trabalho, as leis que tanto servem para mostrar um Brasil acolhedor podem sair do papel e serem de fato praticadas.