Desde a Pré-história, o ser humano migra em busca de melhores condições de vida. Atualmente, a crise migratória tem trazido à tona essa conduta humana, já que milhares de pessoas têm se visto obrigadas a deixar sua nação e procurar abrigo em outros países. Frente à essa realidade, o Brasil tem se mostrado bastante receptivo, contudo, fatores como a rejeição social e a falta de amparo estatal aos refugiados compõem, no país, um cenário oposto ao de refúgio. Primeiramente, é indubitável que a atual instabilidade econômica corrobora com a rejeição social dos imigrantes. Isso porque, do ponto de vista biológico, quando um recurso se torna escasso, os indivíduos tendem à se relacionar desarmonicamente, disputando-o. Dessa forma, a escassez financeira e o desemprego contribuem para um estado de medo de que os "intrusos" danifiquem o bem-estar social. Nesse contexto, segundo o escritor José Saramago, o medo cega o povo tornando-o incapaz de ver a fragilidade dos apátridas. Outrossim, embora o governo se apresente acolhedor aos expatriados, na prática, pouco se tem feito para promover a sua integração social. Sendo evidente a vulnerabilidade do imigrante, esse necessita de um Estado que trate suas carências e proteja seus direitos humanos. Entretanto, de modo semelhante à Lei Áurea de 1888, a Lei de Migração, sancionadas em 2017 no Brasil, garante a liberdade e igualdade de um povo perante a justiça, mas não trabalha ações efetivas para que ele seja, de fato, inserido na sociedade. Assim, criou-se um refúgio que não acolhe nem protege, um abrigo hipotético. Mediante o elencado, medidas precisam ser tomadas para modificar essa realidade excludente. Desse modo, o Governo, por meio de subsídios estatais, deve criar ações afirmativas, como sistemas de cotas na educação e no mercado de trabalho, para garantir a inclusão social dos refugiados. Ademais, é importante que as ONG's e a mídia abordem a conjuntura dos migrantes em documentários, ficções engajadas e campanhas informativas veiculadas nos meios de comunicação, voltadas à sociedade em geral, a fim de sensibilizá-la para a causa.