Título da redação:

A riqueza do Brasil: pluralidade

Proposta: O drama dos refugiados no Brasil Contemporâneo

Redação enviada em 26/09/2017

Refugiado e imigrante: ambos partem de seus países com expectativa de melhora na qualidade de vida, entretanto, isso não os qualifica como sinônimos. Enquanto um migrante comum tem a possibilidade de planejamento e acomodação de suas necessidades, religião e cultura ao país de sua escolha, o refugiado corre risco de vida iminente e tem de partir às pressas, em condições muitas vezes precárias, numa verdadeira fuga a alguma pátria que lhe conceda asilo. Explicitada tal diferença, fica clara a necessidade de adequada estrutura para o acolhimento de refugiados, pois seu drama começa na situação que os tirou de sua nação, passando pelos riscos da viagem, terminando na acomodação de seu país de destino. O que puder ser feito para amenizar tamanho sofrimento há de ser posto em prática. Mesmo após deixar para trás suas casas em busca de sobrevivência, o perigo ainda não terminou. Segundo a IOM (Organização Internacional de Migração), 2.643 pessoas morreram no Mediterrâneo em 2015. Rotas perigosas e transportes superlotados resultam em tragédias. Após finda a viagem e determinado o status de refugiado pelo governo, tais indivíduos têm direitos iguais aos de estrangeiros que residem legalmente no país: liberdade de pensamento, de deslocamento e a não sujeição a tratamentos degradantes. Todavia, nem todas as adversidades foram superadas, há ainda o choque de identidades. O Brasil, por sua vez, trata da situação de modo ambíguo: por um lado, é signatário dos principais tratados internacionais de direitos humanos; de outro, ainda há notícias de situações de intolerância - como, por exemplo, o caso de Mohamed Ali, refugiado sírio que sofreu ataque xenofóbico no Rio de Janeiro. "O Brasil vai ensinar o mundo, a convivência entre as raças, preto, branco, judeu, palestino, porque aqui não tem rancor, e há um jeitinho pra tudo", palavras de Cazuza que deveriam condizer com a verdade já que o povo brasileiro vem sendo constituído, há mais de cinco séculos, por imigrantes de todas as partes do mundo. Em relação à principal queixa dos brasileiros, a disputa por emprego, a Conare em parceria com o Estado deve usar a situação em seu favor: criar empregos em setores voltados aos refugiados, tais como cursos de línguas, atendimento médico, construção de moradias, etc. Ademais, para solucionar o problema de compreensão e aceitação de outras culturas ao país, ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados) deve propor mais campanhas de conscientização sobre o assunto, tal como fez no Museu da Imigração em São Paulo. Afinal, cada imigrante traz consigo uma riqueza de conhecimento e vivências que não podem ser ignorados, mas sim aproveitados e reconhecidos.