No filme ‘’O Quarto de Jack’’ demonstra a rotina de uma mulher que foi capturada quando jovem por um homem que a atraiu dizendo que seu cachorro estava muito doente e precisava de ajuda. No Brasil, o filme deixou de ser apenas uma ficção e se tornou a realidade para muitos brasileiros, tornando-se uma massacrante rotina em que a ineficiência governamental só piora o sofrimento das famílias. A priori, é inquestionável que a ineficiência do Sistema Legislativo e Executivo são as principais causas do problema. Entre os anos de 2007 e 2016 foram registrados 700 mil boletins de ocorrência de desaparecimentos, conforme dados divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança. As principais causas desses desaparecimentos são a adoção ilegal, exploração sexual, trabalho escravo e venda de órgãos. Os quais ocorrem, principalmente, em famílias de baixa renda que não são bem instruídas, consequentemente, não vão atrás de seus direitos. Desse modo, a Constituição de 1988 que assegura a todo indivíduo à segurança, não é cumprida na realidade brasileira. Para o filósofo Hobbes no seu livro ‘’Leviatã’’ ele discorre como fator preponderante confiar o poder ao governo, pois só o Estado irá conseguir manter a ordem. A partir desse ponto de vista, nota-se que a máquina pública do Brasil está defasada, em que não existe uma rede integrada de informação sobre os desaparecidos, dificultando a resolução rápida dos casos, portanto, o Estado não está conseguindo manter a ordem. Ademais, o drama das famílias não parece assolar a polícia, em que são orientadas erroneamente a esperar por 24 ou 48 horas para registrarem o boletim de ocorrência. Destarte ao exposto, segundo dados dos órgãos de segurança dos Estados Unidos, a chance de nunca encontrar a criança depois de 48 horas sobe para 70%. Nessa conjuntura, torna-se imprescindível medidas para solucionar o drama das crianças desaparecidas. Cabe, aos órgãos do poder Executivo fiscalizar o cumprimento das leis nas delegacias municipais, não apenas aos grandes centros urbanos, além disso, o governo federal deve investir recursos para fazer um programa de cadastro de desaparecidos, a fim de mitigar o impasse. Outrossim, cabe ao Ministério da Comunicação concomitantemente a mídia televisiva orientar a população através de propagandas sobre o que fazer quando ocorre um desaparecimento, buscando ampliar a consciência das pessoas sobre seus direitos.