Na mitologia romana, existe o conto de Rõmulo e Remo, dois irmãos que, vítimas da ira de um tio, são arremessados em um rio, assim, perdendo-se da família. Apesar de fantasiosa, a história retrata uma família com problemas estruturais, enaltecendo assim, um contexto social vulnerável, onde muitas das crianças que desaparecem no Brasil vivem e são tratadas de forma negligente. Ainda que, desde a Antiguidade, o filósofo Aristóteles, em sua obra "A República", evidencie que o homem é um ser social, sendo assim, necessitado de amor e atenção em toda sua construção como pessoa, todavia, mesmo assim, existe uma certa desvalorização das crianças como seres sociais. Apesar de a mídia mostrar de forma incisiva os perigos que os pequenos correm no meio virtual e em sociedade, é nítido que existe um despreparo tanto das autoridades em estabelecer uma relação de segurança com as famílias em agir de forma incisiva nos casos de desaparecimento e conscientizar a sociedade do seu papel em cuidar das crianças que se sentirem ameaçadas. Ainda assim, em paralelo à isso, existe outra situação: o temor em instruir as próprias crianças para que identifiquem situações de risco e busquem ajuda, impedindo assim, que essas crianças desapareçam e sejam usadas de formas má-intencinadas. Bem como acontece no filme indiano "Quem quer ser um milionário?", onde é mostrada a realidade de exploração sexual e violência onde crianças desaparecidas são inseridas. É importante salientar que, as crianças são vulneráveis, desvalorizadas e subestimadas, entretanto, só se pode mudar essa posição de forma efetiva a partir do momento em que as autoridades exercem seu papel de instruir a sociedade a cooperar acolhendo essas crianças ameaçadas, em conjunto à isso, uma mudança firme nos métodos de busca daquelas que já desapareceram e através do combate com campanhas que ajudem as próprias crianças a saberem quando estiverem em risco, fazendo assim, com quem um realidade inconveniente seja revertida.