O filme americano ‘Into the wild’ explicita o caso ocorrido nos Estados Unidos, durante a década de 80, em que um jovem some de sua rotina no intuito de viver na natureza selvagem. Diferentemente do ocorrido, programado pelo autor, o desaparecimento de crianças tem se tornado cada vez mais recorrente no Brasil. Nesse contexto, seja pela falta de atenção dos responsáveis, seja pela displicência do Estado, a problemática se agrava gradativamente. Em um experimento social realizado nos Estados Unidos, um ator foi contratado para, com o consentimento das mães, se aproximar de seus filhos com um cachorro como atrativo e convidá-los a acompanhá-lo, deixando para trás seu responsável. O resultado foi alarmante, uma vez que a maioria das crianças seguiu com o desconhecido. Dessa forma, o experimento explicita a falta de atenção das famílias para com o desaparecimento de crianças e, embora uma criança/adolescente desapareça a cada 15 minutos no Brasil, a falta de diálogo familiar – “nunca fale com estranhos!” - torna o problema ainda mais alarmante. Ademais, as errôneas ações dos órgãos públicos também se mostram como um agravador da temática. A polícia ainda orienta muitas mães a esperar 48h pelo retorno do indivíduo, com o pensamento que pode ser apenas “uma crise familiar” ou um mal-entendido. No entanto, as primeiras horas após o desaparecimento de crianças são vitais às investigações e as chances de que ela nunca seja encontrada sobem, após o decorrer desse primeiro momento, para 70%. Desse modo, uma rápida ação das autoridades pode não apenas confortar o desespero da família, mas também definir o rumo da vida do desaparecido. Logo, no intuito de reduzir os impactos sociais desse problema, o Governo deve agir. O Ministério da Educação, no intuito de conscientizar a população, deve ministrar palestras na base do sistema de ensino e, com a participação de pais e o apoio de profissionais e professores, abordar o sequestro e tráfico de crianças e adolescentes com seriedade. Concomitantemente, no fito de aumentar o sucesso das operações, o Ministério da justiça deve criar, por meio de concurso público, forças-tarefa que se especializem no rapto de crianças e adolescentes. Somente assim, no futuro, os únicos casos de desaparecimento de pessoas no Brasil serão como no filme supracitado.