Desde de o iluminismo, compreende-se que o progresso é alcançado, quando há mobilização coletiva da sociedade em função de um problema. Todavia, no que tange o desaparecimento de crianças, constata-se, no Brasil, a desvalorização deste conceito. Porquanto, tal temática está entrelaçada com a realidade do país por intermédio da negligência do Poder Executivo, em consonância com a falta de instrução dos familiares das vítimas. Sob este viés, convém averiguarmos as principais consequências desta postura irresponsável para o corpo social. Sabe-se que sobre o Poder Executivo está a responsabilidade de organizar a segurança pública, de modo que esta nação se torne, cada vez mais, um lugar seguro; não obstante, o gabinete tarda em cumprir, com excelência, este encargo. Conforme Thomas Hobbes na obra “O Leviatã”, autoridade política possui a incumbência de constituir não só a união, mas também a paz civil. Contudo, no Brasil, hodiernamente, tal preceito verifica-se deturpado, haja vista que a cada hora o país registra o desaparecimento de oito pessoas, que podem ou não serem resgatadas. Isto pelo fato de que os órgãos da polícia são despreparados para enfrentarem este problema. Outrossim, a falta de instrução dos familiares das vítimas também sintetiza a problemática abordada. Este empecilho decorre, atualmente, do mau aconselhamento das instituições de segurança pública, uma vez que aconselham as famílias dos desaparecidos a aguardarem de 24 a 48 horas, antes de fazerem um boletim. Entretanto, nota-se que as primeiras 48 horas do desaparecimento, são de suma importância para as investigações e sucesso da busca ou resgate, consoante o policiamento estadunidense. É notório, portanto, que no Brasil ainda há carência de políticas públicas que visem a elucidação deste revés. Destarte, o Ministério da Segurança Pública deve incentivar ainda mais a Divisão Antissequestro da Polícia Civil de todos os municípios da nação, assim como também deve melhorar o sistema de monitoramento (via CFTV) das ruas, avenidas e locais de risco de sequestro iminente. Por outro lado, o Ministério da Educação deve implementar, nas instituições de ensino, conferências ministradas por palestrantes aptos a instruírem possíveis atitudes visando o combate do desaparecimento de crianças, a fim de que a sociedade alcance a concretude dos princípios morais, éticos e constitucionais.