Sentenciou o filósofo irlândes Berkeley: “Ser é ser percebido”, em relação a isso, no Brasil contemporâneo, sente-se uma alta necessidade de exaltar a opinião individual, capaz de provocar injúrias, à medida que se expressa um discurso carregado de ódio nas redes sociais. Todavia, o mundo tecnológico não é uma ameaça, o que nos aflige é a discriminação, a intolerância e o desrespeito por parte de certos indivíduos. A pretexto de ampliar o debate, a reflexão, a informação e a circulação de ideias, a mídia digital se tornou um instrumento indispensável, no século XXI. Para tanto, é de suma importância buscar por informações selecionadas, que, por conseguinte, produzirão conhecimento. Contudo, inúmeras pessoas sentem-se no direito de agredir verbalmente outrem, só por ter acessado dados supérfluos e acumulativos, que embasaram a perspectiva delas, tida como a única correta. Esse cenário, desse modo, abre margem à ascensão do racismo, da homofobia e do misoneísmo, que significa aversão ao que é novo, à mudança. Nesse viés, o panorama nefasto das relações interpessoais nas redes sociais podem acarretar sentimentos de insegurança, inutilidade e ansiedade. Aliás, segundo Sigmund Freud, a ansiedade definia a neurose obsessiva, a qual consiste em um processo de compulsões e obsessões. Os conflitos morais na Internet, dessa maneira, não podem ser sustentados pelos usuários, no intuito de evitar prejuízo ao emocional de determinado indivíduo. Apesar de o homem ser um ser complexo e ambíguo, a divergência de opiniões pode levar ao diálogo, fundamental no desenvolvimento social, ao contrário da violência. Logo, com o fim precípuo de enfraquecer os gestos de agressão verbal nas redes sociais, faz-se necessário, portanto, que os responsáveis pelos infantes, intimamente ligados à Internet, demonstrem, através do exemplo próprio, valores morais e éticos, como a empatia, a benevolência e o respeito, para que a próxima geração seja mais altruísta. Outrossim, concerne ao Poder Público aplicar as devidas punições aos preconceituosos, por intermédio da análise de denúncias, visando a um painel salutar de convivência virtual.