Apesar de o discurso de ódio estar presente na sociedade há muito tempo, como por meio da teoria do Darwinismo Social, que prega a supremacia dos europeus em relação aos africanos e asiáticos, na era globalizada esse problema vem se intensificando, haja vista que, o principal meio de propagação das injurias é nas redes sociais, em que, a visibilidade é maior. Esse discurso de ódio atinge principalmente a minoria e é impulsionado por diversos fatores, como, a criação de bolhas, o algoritmo, a liberdade de expressão na democracia e a ineficácia da justiça brasileira, que, apesar de considerar crime o ódio velado, faz pouco para combatê-lo. Indubitavelmente, sabe-se que pessoas encontraram através da internet uma forma de mostrar suas opiniões e sair da invisibilidade, porém, muitas vezes fazem uso desse meio para difamar e caluniar outras pessoas, como homossexuais, mulheres e pessoas que possuem uma opinião política divergente. Diante disso, as redes sociais trabalham sob a ideia de criação de bolhas e algoritmo, ou seja, só são mostrados aos usuários aquilo que mais os interessa, dessa forma, eles acabam sendo impedidos de conhecer outras opiniões e debate-las, logo, acreditam que o seu ponto de vista é a uma verdade absoluta. De acordo com o filósofo Habermas, o diálogo, baseado na ética da discussão, é mais importante do que ter sua opinião sobressaída, porém, infelizmente, na atualidade isso não é levado em consideração. Além disso, a existência da liberdade de expressão, que é o direito de qualquer um manifestar suas ideias livremente sem intervenção do governo, impulsiona o surgimento de discursos de ódio. De acordo com o filósofo John Stuart Mill, sobre si mesmo, seu corpo e sua mente, o individuo é soberano, porém, a liberdade do individuo deve ser limitada a partir do momento em que ela se torna nociva a outras pessoas. Seguindo essa tendência, o cientista político Felix Oppenhein defende que a liberdade de expressão é uma liberdade social, uma vez que envolve mais de um ser humano, portanto, ela não deve ser utilizada como argumento para ampliar o discurso de ódio. Logo, é perceptível que o problema existe e deve ser combatido, haja vista que, muitas pessoas sofrem injúria, difamação e calúnia. De acordo com Herbert Spencer, a liberdade de cada um termina onde começa a liberdade do outro, dessa forma, medidas são necessárias para resolver o impasse. Primeiro, é papel do Ministério da Educação a implementação de uma disciplina que vise o estudo dos Direitos Humanos para que os jovens criem consciência coletiva acerca da problemática do discurso de ódio e as sequelas deixadas por ele. Além disso, é necessária a criação de órgãos de verificação e fiscalização na internet para que haja a punição daqueles que ferem os direitos humanos.