O artigo 5º da Constituição Federal de 1988 garante a todos a liberdade de expressão. Entretanto, o tão sacralizado direito de falar torna-se discurso de ódio a partir do momento em que há a incitação de discriminação, hostilidade e violência contra um indivíduo ou um grupo de pessoas. Nesse contexto, faz-se necessário destacar as consequências do discurso de ódio na internet, assim como a elaboração de medidas a fim de promover a tolerância e o respeito nas redes sociais. Em primeiro lugar, é importante ressaltar a ascensão do individualismo nas redes sociais. De acordo com Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, o individualismo é uma das principais características da ''modernidade líquida'' vivida no século XX e XXI, sendo assim, a sociedade não possui solidez nas relações sociais. Esse aspecto citado pelo autor também está presente na internet, evidenciando que a intolerância no mundo digital é fruto da falta da ideia de coletividade e solidariedade presentes na era sólida. Além disso, o projeto Comunica que Muda realizou uma pesquisa para encontrar comentários a respeito de assuntos polêmicos como política, economia e racismo e, dos quase 400.000 comentários, cerca de 85% apresentavam preconceito ou discriminação. Esses discursos negativos e violentos além de propagarem opiniões preconceituosas, acabam inibindo a liberdade de expressão de certas pessoas, como grupos religiosos e políticos que querem expor suas crenças, mas são atacados diariamente nas redes sociais. Em virtude dos fatos apresentados, é-se levado a acreditar que medidas são necessárias para resolver o impasse. A Segurança Pública deve criar delegacias especializadas para crimes cibernéticos, com o objetivo de aproximar as vítimas desses crimes com as entidades competentes que punem tais ações. Além de parcerias público-privadas entre o governo e a mídia visando incentivar denúncias, assim, essas atitudes vão gradualmente tornando-se menos banalizadas.