Sérgio Buarque de Holanda – historiador brasileiro – postula em seu livro “ Raízes do Brasil “, que o indivíduo é cordial, ou seja, tende a agir e reagir mais com os sentimentos, do que com a razão. Seguindo essa premissa, é notório que o conceito criado pelo autor, há mais de 80 anos, seja tão perceptível na contemporaneidade, principalmente na internet, com discursos de ódio que se difundem a todo momento. A priori, discurso de ódio é toda mensagem que busca promover a incitação à discriminação e hostilidade contra um determinado grupo. O Brasil é um país intolerante, pois a cada 23 minutos, um jovem negro é assassinado e a cada 11 minutos uma mulher é estuprada. Destarte,as redes sociais ampliam e reafirmam os preconceitos existentes na sociedade, já que muitos agressores se sentem seguros por estar encobertados em comentários que podem passar despercebidos. Outrossim, é relevante ressaltar que de acordo com o levantamento realizado pelo projeto Comunica que Muda,foram identificadas 393.284 mil menções nas redes sociais, sendo 84% delas com abordagem negativas, com exposição ao preconceito e a discriminação. Logo, o brasileiro cordial não usa a internet no Brasil, haja vista, as manifestações de ódio e de intolerância às diferenças, principalmente contra negro, mulheres e deficientes. Por tudo isso, para que essa realidade não sei torne mais solidificada no país, é essencial que algumas melhorias sejam asseguradas . Para tanto, o Governo Federal,em parceria com a Central Nacional de Denúncia de Crimes Cibernéticos, deve investir na consolidação de políticas públicas que visam a conscientização da população para reduzir a intolerância entre os internautas, por meio da criação de campanhas na internet e panfletos entregues a população. Além das escolas que devem criar projetos, mostrando aos alunos que aceitar ás diferenças do próximo é fundamental para a concretização de uma sociedade melhor.