Em plena Revolução Informacional, iniciada em meados do século XX, observamos a população mundial progressivamente rodeada e dependente dos meios tecnológicos. Como consequência social, as relações humanas se estabelecem, continuamente, através do meio digital. Dessa forma, devido ao seu distanciamento físico, existe um sentimento ilusório de isenção de responsabilidades quando ao que se é dito na internet. Durante o período de censura da ditadura militar, os brasileiros reivindicavam seu direito a liberdade de expressão como alto de democracia. Porém, hoje, em que a liberdade ideológica é assegurada pelos Direitos Humanas, há a carência de discernimento entre os atos de expressar opiniões e disseminar discursos de ódio. Assim, o caráter de anonimato presente no meio digital torna as redes sociais um ambiente propício para tais atos desmoralizantes e violentos. Na última década, é notório o surgimento de movimentos sociais que dão voz à parcela da população considerada como minoria. Dessa maneira, o mundo virtual oferece espaço para a execução de militâncias e intercâmbio de experiências entre os usuários. Contudo, a presença de divergências ideológicas, associadas a falta de empatia e respeito, gera uma situação em que não há discussões sobre a diversidade de opiniões, e sim, ataques gratuitos que objetivam a humilhação de outros indivíduos. Diante da problemática proposta, torna-se necessário, por parte da Diretoria de Crimes Cibernéticos da Polícia Federal, a correta averiguação de denúncias que envolvam atos violentos em redes sociais, sendo realizada por meio do monitoramento de publicações de usuários envolvidos em atos que buscam a deslegitimação de outrem. Como consequência, cidadãos que apresentarem comportamentos inadequados de forma recorrente poderão arcar com a consequência de suas ações, sendo não mais protegidos pela ilusão de impunição em meios virtuais.