Título da redação:

Redação sem título.

Proposta: O discurso de ódio nas redes sociais e seus fatores impulsionadores

Redação enviada em 29/11/2017

Sócrates, por meio de seu método dialético, propunha aos seus discípulos expressarem suas diferentes opiniões mediante debates. Atualmente, com o surgimento das redes sociais, o que antes na Grécia terminava por gerar a Maiêutica- concepção do saber- e demolir a presunção do saber, acarreta em uma série de embates e discussões, já que muitos indivíduos, na tentativa de provar que seu ponto de vista está correto, inferioriza o do outro, disseminando uma cultura de ódio e fazendo com que esse meio de comunicação se torne um verdadeiro campo de guerra. Em primeira análise, cabe ressaltar que a ascensão da internet tem um papel crucial nesse processo. Sob essa ótica, em meio a uma sociedade progressivamente globalizada, em que tudo se encontra ao passo de um “click”, difundir mensagens que demonstrem forte aversão a um determinado grupo, cultura, ideologia ou religião se tornou mais fácil, pois por intermédio da rede mundial de computadores podemos opinar sobre algo que em questão de segundos poderá ser visto por qualquer pessoa ao redor do mundo, existindo também a sensação de anonimato que ela proporciona. De outra parte, a falta de empatia também tem sido um dos pilares da propagação de pensamentos hostis nas redes sociais. A esse respeito o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, em seu livro Cegueira Moral, relata que o mal não está confinado somente nas guerras, hoje ele se revela quando nos recusamos a compreender o outro, quando somos insensíveis aos seus pensamentos e sua cultura. Dessa forma, a facilidade de poder expor pensamentos sem nenhuma prudência e sem se colocar no lugar do outro tem gerado conflitos ideológicos e muitas vezes pode ser visto como uma forma de discriminação, semelhante ao que ocorreu com a cantora Ludmila ao ser chamada de “ macaca” por um internauta em uma de suas publicações. Fica evidente, portanto, que o discurso de ódio nas redes sociais é uma realidade da modernidade líquida. Logo, é preciso que o Governo Federal crie um aplicativo capaz de monitorar mensagens que demonstrem odiosidade, repulsa ou preconceito a qualquer tipo de pessoa, enviando automaticamente uma mensagem ao autor reprendendo e alertando sobre os efeitos maléficos de seu comportamento. Destarte, essa iniciativa é de suma importância para que esse meio de comunicação deixe de ser um mecanismo de confrontos ideológicos.