O avanço do acesso à internet traz muitos benefícios para os países, inclusive para o Brasil. Porém, assim como outras tecnologias, ela, muitas vezes, não tem sido usada com sabedoria e para o crescimento da sociedade. Algumas pessoas fazem uso da internet e das redes sociais para disseminarem o ódio por meio de mensagens preconceituosas. Tais ações têm se tornado frequentes e é de extrema importância compreender os fatores que impulsionam essas práticas. A priori, é válido destacar como um dos pontos que motivam os discursos de ódio o anonimato. A criação de contas falsas e a impressão de segurança trazida pela tela do computador ou celular causam a sensação equivocada de que as pessoas podem falar o que quiserem, pois não serão responsabilizadas. Contudo, o artigo 5º da Constituição Federal vai de encontro com essa perspectiva ao afirmar que é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato. Portanto, com o progresso das tecnologias, está muito mais fácil e rápido as autoridades policiais encontrarem esses criminosos que se aproveitam da internet para suas práticas preconceituosas. Ademais, pode-se analisar a falta de legislação específica contra os discursos de ódio como um dos fatores impulsionadores. Grande parte das pessoas que cometem esse crime sabem, infelizmente, que não serão punidas, visto que a justiça brasileira, na maioria das vezes, é falha. Sabe-se que já existem delegacias especializadas em crimes cibernéticos e isso já é um progresso. Todavia, é preciso um olhar mais atento do poder público para esse assunto, pois os números de casos como esses têm crescido de uma forma alarmante. Em vista disso, é importante que o governo brasileiro crie com certa urgência uma lei que puna o crime de discurso de ódio nas redes sociais e que ela seja colocada em prática pelo poder judiciário. A partir disso, a sensação de impunidade acabará e certamente essas ocorrências diminuirão.