Título da redação:

Fascismo digital

Proposta: O discurso de ódio nas redes sociais e seus fatores impulsionadores

Redação enviada em 01/12/2017

A discriminação e os discursos de ódio não são uma invenção atual. Na Europa do período entre guerras os movimentos fascistas surgiram com uma proposta de integração social pautada no ódio e aversão ao diferente. Atualmente, no Brasil, a intolerância tem dominado o espaço das redes sociais, onde pessoas protegidas pelo anonimato e ausência de punições, encontram território fértil para destilar a sua cólera. É incontrovertível observar que dentre os fatores que motivam a ira nas redes sociais, o fato do agressor se prevalecer do anonimato é preponderante. Outrossim, a falta de uma legislação que coíba esses comportamentos na internet também merece destaque como um ponto de apoio para pessoas mau intencionadas. O fato social, descrito pelo sociólogo francês Emile Durkheim, é uma estrutura que muitas vezes se impõe coercitivamente ao indivíduo. Nesse sentido, o pensamento misógino, racista, homofóbico e de ódio em geral, penetra na cabeça do agressor muito antes deste acessar um computador. Dessa forma, a rede social é apenas um veículo de propagação de um pensamento absorvido previamente no âmbito social. O poeta barroco Gregório de Matos Guerra, conhecido como “Boca do Inferno”, tecia duras críticas a sociedade baiana da época por meio de sua poesia. Analogamente, como forma de enfrentar a problemática do discurso de ódio na internet, a classe artística deveria organizar uma campanha de crítica a intolerância através de mídias alternativas. De igual forma, cabe a administração das redes sociais elaborar maneiras de identificar e tirar essas pessoas das sombras. Em contrapartida, compete ao Congresso Nacional a criação de uma lei que tipifique o discurso de ódio como crime, como forma de acabar com a impunidade. Destarte, com essas medidas, o Brasil terá um ambiente virtual mais democrático, inclusivo e livre do Fascismo digital.