Título da redação:

A Tolerância Roubada

Proposta: O discurso de ódio nas redes sociais e seus fatores impulsionadores

Redação enviada em 08/04/2018

Em “A Carta Roubada” de Edgar Allan Poe, um delegado encontra-se exausto após revirar a casa do principal suspeito pelo furto. Porém, não esperava que a carta seria encontrada com facilidade: abrindo o porta-cartas sobre a lareira. Depreende-se do conto estadunidense que, não raro, a solução encontra-se na obviedade. Traçando-se um paralelo aos fatores impulsionadores do discurso de ódio nas redes sociais, torna-se claro que é combatendo os mesmos que tal caso será solucionado. Dentre esses fatores, destacam-se: a formação de grupos que pensam da mesma forma e a falsa ideia de que não há punição no âmbito virtual. Estudado pela psicologia, tem-se o viés da confirmação. Pesquisas feitas pela faculdade de Stanford mostram que as pessoas tendem a buscarem apenas aquilo que confirme o que pensam. Consonante a isso, observa-se no mundo digital uma reunião de pessoas que pensam da mesma maneira. Dessarte, propagadores discursos de ódio fortalecem-se criando grupos no Facebook, por exemplo. Não obstante, Karl Popper afirma que existe um paradoxo ao tolerar o crescimento de tal intolerância, já que essa tende a cresce em detrimento da outra. Corroborando o pensamento do austríaco, uma pesquisa realizada pelo projeto “Comunica que Muda”, mostra que 84% das menções nas redes sociais possuem caráter negativo. Assim, evidencia-se que a maioria dos usuários das redes desconhece os artigos 138,139 e 140 do código penal. Tais artigos condenam ações como calúnia, difamação e injúria. Ou seja, não são tolerantes com a intolerância, pois as pessoas ofendidas podem fazer uma denúncia. Assim, a polícia rastreia o IP - que fornece informação dos usuários - que, posteriormente, são julgados pelos artigos supracitados. Caso os internautas percebessem que podem ser condenados por tais comportamentos, esses iriam diminuir. Em suma, cabe ao Governo do Estado, por meio de uma emenda constitucional colocar na grade do ensino – desde o maternal até o colegial – o ensino dos direitos e deveres dos cidadãos. Ensinando sobre a constituição e o código penal. Contando, também, com uma avaliação bimestral para verificar se o ensino foi efetivo. Assim, espera-se a formação de cidadãos que saibam seus direitos, deveres e, principalmente, não propagar discursos de ódio. Esse será o “porta-cartas” com a solução para os fatores que impulsionam os discursos de ódio nas redes sociais.