Título da redação:

Retorno do voto de cabresto

Tema de redação: O direito de votar: como fazer dessa conquista um meio para promover as transformações sociais de que o Brasil necessita?

Redação enviada em 18/04/2018

A mais antiga ferramenta do brasileiro para exercer a cidadania e escolher futuros representantes do povo é o voto, prometimento que até o fim do Império era censitário, com apenas nobres, burocratas, militares, comerciantes ricos e senhores de engenho, votantes. Hodiernamente, o voto é obrigatório para brasileiros maiores de 18 anos e facultativo para analfabetos e sujeitos com idade superior a 70 anos, porém, tal compromisso não é apenas uma incumbência, mas, sim, possuinte de valor social que definirá posteriores transformações na civilização, cujo constitui um problema enfrentado pelo Brasil pela má compreensão do povo no que condiz à eleição. É incontestável que, a doutrina democrática instaurada, sobre o arcabouço de regimes totalitários e monarquais absolutistas, no momento contemporâneo sofre dominação tradicional carismática, ou seja, apesar de ser um sistema de governo popular as elites se sobressaem quanto ao poder, como com a corrupção por votos, um exemplo é o relatado no site da revista Veja, em que o ex-deputado federal Pedro Corrêa, preso por lavagem de dinheiro, se considera ''um político de sua geração'' por comprar votos a fim de se manter no poder. Destarte, a perspectiva de que o voto é uma mera obrigação revela uma ausência de exercício da ética, e, equitativamente, falta de conhecimento real sobre os candidatos, já que o essencial é escolher aquele com quem mais se identifica e confia, caso contrário a eleição fica despolitizada, com quantidades enormes de cidadãos ''comprados'', no qual futuramente sentirão as consequências dessa nomeação, posto que candidatos honestos não precisam subornar eleitores para provar seu caráter. Sendo assim, é indispensável ressaltar o número alarmante de casos de compra de voto em 2012, 1206 ocorrências, segundo o site UOL, evidenciando a volta do voto de cabresto, advindo da República Velha, onde coronéis pagavam por sufrágio. Em vista dos argumentos expostos, é de suma importância frisar a afirmação do físico Albert Einstein: ''O meu ideal político é a democracia, para que todo homem seja respeitado como indivíduo e nenhum venerado'', isto é, primordialmente, carecem estudos , por parte do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sobre a heterogeneidade socioprofissional da elite no poder, tornando-se imprescindível para a discussão da estrutura de oportunidades socialmente sancionadas para participar da política. Outrossim, o Ministério da Educação, com o objetivo de evitar a visão do voto como mera obrigação, deve promover debates sobre a importância da cédula eleitoral, salientando que ele definirá comportamentos futuros, e apresentando mandatos anteriores dos concorrentes com respectivas funções cumpridas, visto que o pretendente será o espelho da nação, assim haverá a conscientização de todos desde cedo acerca do valor social do voto e da responsabilidade dele com a melhoria do Brasil para próximas gerações.