Título da redação:

Redação sem título.

Proposta: O direito de votar: como fazer dessa conquista um meio para promover as transformações sociais de que o Brasil necessita?

Redação enviada em 21/10/2018

Prática recorrente desde a Primeira Guerra Mundial, a doação de sangue é imprescindível para salvar vidas. Nesse sentido, essa boa ação é, muitas vezes, impedida no Brasil, pois além da desinformação recorrente, ela é vedada à maioria dos homossexuais. Sob esse prisma, em um país cujo número de doadores é insuficiente- de acordo com a OMS-, torna-se vital elucidar a população e desconstruir preconceitos historicamente consolidados. Segundo o escritor europeu Franz Kafka, a solidariedade é o sentimento que melhor expressa o respeito pela dignidade humana. Nessa linha, muitos potenciais doadores gays, na tentativa de serem solidários, sentem-se impotentes diante de regras ultrapassadas que os ligam ao risco de serem soropositivos. Dessa maneira, além da estigmatização social, a vigência da norma mostra inconstitucional. Prova disso é a votação inicial do Supremo Tribunal Federal em relação ao tema, em que todos os ministros enxergaram inconsistências, já que não existem provas que confirmem o elo entre homossexualidade e HIV. Dessa forma, não é plausível basear-se em meras conjecturas para proibir certos grupos de serem altruístas. Ademais, a desinformação ainda é um grave entrave para quem poderia doar plasma e células hematopoiéticas. Nesse viés, o superficial apelo midiático do “Doe sangue” é insuficiente para esclarecer a população sobre o assunto e combater falácias como a dor da transfusão e a obrigatoriedade doadora. Adicionalmente, ao não retratá-lo, dificulta-se motivar pessoas a fazerem a doação. Nesse contexto, doenças que um dia já foram letais, como hemofilia e anemia falciforme , podem, novamente, levar pacientes ao óbito pela falta hematológica, provocando um caos na área da saúde. Desse modo, ao não explicar detalhadamente os procedimentos, a mídia é omissa e nega seu papel utilitário público, contribuindo com prováveis déficits nos bancos de sangue. Em suma, a doação de sanguínea ainda é permeada por ideias fixas descabidas e falta de informação. Para amenizar o problema, é fundamental que o STF julgue, definitivamente, a inconstitucionalidade da restrição aos homossexuais. Em seguida, cabe ao Ministério da Saúde, com o apoio dos meios de comunicação, produzir propagandas, veiculadas gratuitamente pelos últimos, que relatem a importância do doador para o donatário, além de responder dúvidas frequentes correlatas ao assunto. Dessa maneira, ambas as ações angariarão doadores, coadunando com a manutenção da vida, em concordância com o respeito descrito por Kafka.