Título da redação:

Redação sem título.

Proposta: O direito de votar: como fazer dessa conquista um meio para promover as transformações sociais de que o Brasil necessita?

Redação enviada em 23/09/2018

Dostoievski, escritor russo tido como fundador do Realismo, declarou que todos são responsáveis por tudo perante todos, dada a parcela de comprometimento dos homens sobre suas ações na sociedade. No Brasil, esse conceito aplica-se, sobretudo, no que se refere ao instrumento democrático do voto, que, ao eleger representantes políticos, não tem gerado transformações sociais significativas. Nesse sentido, é preciso compreender as principais causas do problema a fim de se criarem propostas para mitiga-lo. No período da República Oligárquica, a população que dependia dos coronéis para sobreviver, muitas vezes, era obrigada a votar como orientava o seu empregador, o que constituía o “voto de cabresto”. Hodiernamente, apesar de alguns avanços nesse âmbito, grande parte da população está à mercê da demagogia dos políticos que se candidatam. Dessa forma, o que ocorre é que, para se eleger, eles fazem promessas para um determinado segmento e, uma vez eleitos, estão presos às demandas do nicho que os colocaram no poder. Exemplo disso é a bancada evangélica do Congresso Nacional, que atenta apenas em aprovar as medidas que estão em concordância com os anseios éticos e morais dos fiéis, desprivilegiando as necessidades do restante da população. Sob outra ótica, percebe-se que apesar do princípio Iluminista de liberdade que fundamenta a Constituição tupiniquim, a obrigatoriedade do voto para adultos, por vezes, culmina em escolhas de candidatos sem uma análise prévia de suas propostas, o que denota desinteresse pela política. Tal fato pode ser explicado pelos excessivos casos de corrupção envolvendo agentes públicos, além de poucos meios com os quais os cidadãos possuem para pesquisar com transparência e imparcialidade essas informações. Torna-se evidente, portanto, conforme elucida Dostoievski, que mudanças se tornam imprescindíveis, uma vez que todos têm parcela de responsabilidade na problemática. Logo, é preciso que o Ministério da Educação, em consonância com as Secretarias de Educação realizem projetos em que profissionais de Direito e Ciências Políticas interajam com os estudantes do ensino médio e superior, ministrando palestras e orientando-os a pesquisar e apresentar trabalhos nas comunidades, à respeito da importância do voto consciente. Para auxiliar nesse processo, entidades da sociedade civil, como ONGs, devem criar novas ferramentas, como websites, que exponham, de forma organizada e acessível, as propostas, a ficha criminal e os posicionamentos já adotados politicamente pelos candidatos.