Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: O direito de votar: como fazer dessa conquista um meio para promover as transformações sociais de que o Brasil necessita?

Redação enviada em 04/05/2018

Um dos mais incríveis representantes da literatura portuguesa, Eça de Queirós, costumava dizer que políticos e fraldas devem ser trocados, de tempos em tempos, pelo mesmo motivo. Dessa forma, a consolidação do direito ao voto - tão almejado historicamente - permitiu, ao longo dos anos, a ocorrência de modificações na estrutura política brasileira. Ademais, revela-se crucial a coexistência de planejamentos e ações que estimulem o engajamento social na busca pelas transformações das quais o país necessita. A saber, durante o Primeiro Reinado, o direito de votar limitava-se aos grandes fazendeiros, o chamado voto censitário. Mais tarde, com a Proclamação da República, liderada por Deodoro da Fonseca, surgiu a Constituição de 1889 a qual possibilitou que todos os homens alfabetizados, exceto escravos, cabos e soldados, votassem. Lamentavelmente, esses fatos perduraram por muitos anos, sendo inadmissível que enquanto aquela excluía parte da população com base na renda, essa levava em conta o grau de escolaridade. Como se não bastasse, o cabresto, implantado durante a República Velha, embora concedesse o direito de voto ao indivíduo, tirava-lhe a possibilidade de escolha, uma vez que, por ser aberto, os grandes fazendeiros controlavam a vitória de seus candidatos de interesse. Posteriormente, na década de 30, Getúlio Vargas criou a Constituição de 1934 que estabelecia o voto secreto e feminino. De certo modo, essa alteração constitucional fora significativa, tendo em vista a inclusão e o engajamento de figuras femininas em decisões, socio-historicamente, patriarcais. É válido lembrar que, de 1964 a 1985, o Brasil permaneceu sob a obscuridade da Ditadura Militar com o seu autoritarismo pragmático. Por conta disso, na última eleição indireta para presidente vencia a oposição, com Tancredo Neves, símbolo da reconquista do poder de voto pela população. Outrossim, somente no mandato de Sarney ocorreu o sufrágio universal, graças à Constituição de 1988. Indubitavelmente, todas essas metamorfoses políticas ressaltam a complexa luta para expandir o direito eleitoral e salientam a vitalidade de se valorizar essa maravilhosa conquista do povo brasileiro. Destarte, é evidente que as diferentes estruturas governamentais possibilitaram à população, por meio do ato de votar, decidir, rigorosamente, seus representantes. Em virtude disso, torna-se fundamental que o Ministério da Educação, em ação conjunta à Secretaria de Educação de cada Estado, distribua materiais educativos, nas escolas, que possam promover o engajamento precoce e a ambição política das crianças - futuros eleitores. Além do mais, as prefeituras locais podem criar espaços para discussões interpessoais de cunho político, visando o estabelecimento de conexões lógicas que consigam evidenciar aos eleitores a importância de intervirem não só na pré-eleição, como também após a divulgação dos resultados, buscando a manutenção e averiguação do comprometimento do representante escolhido. Somente assim, a partir da seletividade eficaz dos eleitores, as transformações sociais de que o Brasil necessita serão promovidas.