Desde o Iluminismo, entende -se que uma sociedade só progride quando um se mobiliza com o problema do outro. No entanto, quando se observa o cenário político no Brasil, verifica -se que esse ideal iluminista é constatado na teoria e não desejavelmente na prática, e a problemática persiste ligada à realidade do país, seja pela subversão do voto, seja por sua ausência. Nesse sentido, convém analisar -se as consequências de tal postura negligente para a sociedade. É indubitável que a questão constitucional e sua aplicação estejam entre as causas do problema. Segundo o filósofo grego Aristóteles, a política deve ser utilizada de modo que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade. De maneira análoga, é possível perceber que, no Brasil, a ausência do voto pela população rompe essa harmonia, haja vista que quando temos consciência de nossas escolhas, começamos a viver uma vida de justiça e liberdade. Outrossim, destaca -se a importância da participação política para a sociedade. De acordo com Durkheim, o fato social é uma maneira coletiva de agir e pensar, adotada de exterioridade e coercitividade. Seguindo essa linha de pensamento, observa -se que é através do voto que alcançaremos promover as mudanças sociais necessitadas no Brasil. É evidente, portanto, que ainda há entraves para garantir a solidificação de medidas que visem à construção de um mundo melhor. Destarte, como já dito pelo pedagogo Paulo Freire, a educação transforma as pessoas, e essas mudam o mundo. Logo, o Ministério da Educação deve instituir, nas escolas, palestras ministradas por educadores das ciências sociais humanas, e por psicólogos, que discutam a responsabilidade e importância da política sobre nossas vidas, a fim de que o tecido social se desprenda de certos tabus e não viva a realidade das sombras, como na alegoria da caverna de Platão.