Título da redação:

O votar como direito e não como dever

Proposta: O direito de votar: como fazer dessa conquista um meio para promover as transformações sociais de que o Brasil necessita?

Redação enviada em 14/04/2018

Na Grécia Antiga, Platão defendia a ideia do “rei-filósofo”, a qual alegava que os filósofos, em virtude da capacidade de enxergar além do óbvio, eram os mais preparados para governarem as cidades. No cenário hodierno, felizmente, os cidadãos brasileiros têm o direito de votar e ser votado. Todavia, quando o exercício desse privilégio não é feito de maneira consciente, têm-se inúmeras consequências à sociedade. Sendo assim, convém destacar aspectos motivadores dessa realidade, bem como os principais efeitos dela. Cabe pontuar, em um primeiro plano, que a obrigatoriedade do voto contribui para a ascensão de governos negligentes. Nesse sentido, embora a Constituição de 1988 defenda a condição de cidadão, votar apresenta-se como dever, e não como direito. Ou seja, parte da população vê-se obrigada a ir às urnas e, quando não vota em branco, escolhe qualquer candidato, a despeito dos projetos políticos dele. Dessa forma, é indubitável a presença do voto inconsciente no tecido social. Vale destacar, em uma análise mais profunda, a deterioração do conceito de democracia. Nesse contexto, sob ângulo aristotélico, e considerando que o Estado surge de uma classe, é possível perceber a ascensão de práticas demagógicas na política, haja vista o baixo empenho dos eleitores na escolha dos gestores. Dessa maneira, a manutenção de privilégios é garantida, e as classes excluídas permanecem desprovidas de investimentos. Infere-se, portanto, que a obrigatoriedade do voto obstaculiza a promoção de avanços sociais no Brasil. Nessa perspectiva, é imprescindível a atuação do Poder Legislativo na implantação do voto facultativo no país, com vistas a reduzir a elevação de governos demagógicos. Paralelamente, o Ministério da Educação deve instituir, nas redes de ensino, debates e palestras de cunho político, com o fito de, por meio de profissionais da área de Humanas, fomentar nos jovens a reflexão acerca do voto consciente. Só assim, com a cidadania sendo exercida plenamente, caminhar-se-á às transformações sociais de que o país necessita.