“O homem é o lobo do homem”, frase atribuída ao filósofo Thomas Hobbes, que teorizou acerca do contrato social – convenção aceita por homens a fim de acabar com o estado de conflito constante de todos contra todos. O fim da anarquia generalizada, na qual se vivia anteriormente, foi substituído por um novo modo de resolução de conflitos, através do governo. Com a evolução histórica e através de muitas lutas sociais, a sociedade civil conseguiu implantar o atual modelo de estado democrático de direito, arranjo que permite – nos países em que foi adotado – o sufrágio universal, uma importante ferramenta que permite além do exercício de cidadania, a soberania da vontade popular sobre o rumo que seu governo deve tomar. O direito ao voto, porém – apesar de ter sido concebido como um meio para atingir a igualdade e justiça social – pode por vezes legitimar psicossocialmente a tirania e o despotismo. Como visto na história de países, como a Alemanha, que em meados do século XX elegeu por meio do voto popular Adolf Hitler, esse por sua vez com suas políticas expansionistas e eugenistas, arrastou a Europa para Segunda Guerra Mundial que deixou um saldo de milhões de mortos. Portanto, a história mostra, que apenas o direito ao voto não é o suficiente, para garantir um governo que busca o bem comum e a harmonia da sociedade. Os povos, muitas vezes por ignorância e preconceito ¬ ou até mesmo medo – fazem escolhas, que coletivamente aviltam contra a dignidade humana. Logo, é preciso buscar soluções para esse grande desafio, que a democracia apresenta a sociedade, na busca por um governo justo e verdadeiramente democrático. Tendo em vista o que foi exposto, se faz necessário para alcançar tal governo, que a população tenha acesso a informação e a educação de qualidade, que devem ser fornecidas pelo sistema educacional. Desse modo, cabe ao governo, o papel de criar políticas e direcionar investimentos para o setor educacional, além de junto mídia tradicional e as mídias sociais lançar campanhas de conscientização, sobre a importância do voto e da escolha consciente dos políticos, que afetarão diretamente a construção do nosso futuro. Só assim o direito ao voto poderá ser exercido de modo ideal, com respeito à dignidade humana e em busca do bem comum de todos.