De acordo com o filósofo Zygmunt Bauman, "as redes sociais são muito úteis, mas também são uma armadilha". Sobre esse aspecto, nota-se que, no Brasil atual, os desafios do combate à pedofilia foram intensificados devido ao grande acesso dos meios de comunicação por crianças e adolescentes, sem fiscalização dos pais, e também pela ineficiência das leis. Inicialmente, observa-se que pesquisas feitas pela BBC Brasil mostram que 57% dos casos ocorrem com crianças de 0 a 14 anos. Período esse em que muitos ganhos seus primeiros celulares e começam a interagir nas redes sociais, muitas vezes, sem a supervisão de seus pais estando propensas a conversarem com pessoas desconhecidas que podem ser até criminosos. Dessa forma, observa-se que as autoridades paternas são imprescindíveis no combate a problemática, todavia não fazem seu papel. Ademais, é indubitável que a questão constitucional e sua aplicação estejam entre as causas do problema. Segundo o filósofo Aristóteles, a poética deve ser utilizada de modo que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado em sociedade. De maneira análoga, é possível perceber que a pedofilia rompe essa harmonia, visto que, embora protegidos pelo ECA, cada vez mais crianças são vítimas desse crime, e, mediante a incidência de casos e impunidade do acometedor, torna-se nítido que essas crianças não estão sendo protegidas e amparadas de maneira eficaz. Destarte, a tese de Thomas Hobbes -“A intervenção estatal é necessária, como forma de proteger os cidadãos de maneira eficaz”- é corroborada. Torna-se imperativo que o Poder Legislativo tipifique como hediondo o crime de pedofilia, tornando-o inafiançável, de modo a combater severamente o acometedor e inibir potenciais pedófilos. Cabe ainda ao MEC veicular palestras nas escolas para alertar e conscientizar pais e alunos sobre o assunto e encorajar a denúncia desse crime. Ademais, urge que a mídia, por meio do rádio e TV, discorra sobre o assunto diante da sociedade para que sejam rompidas as barreiras no combate à pedofilia.