Título da redação:

O Legado de Lola

Tema de redação: O desafio do combate à pedofilia no Brasil Contemporâneo

Redação enviada em 03/03/2018

O legado de Lola No livro “Lolita”, de Vladimir Nabokov, observa-se um homem de meia-idade, o qual se apaixona por uma menina de 12 anos, Dolores, e a induz a se relacionar sexualmente com ele. Fora do mundo literário, observa-se que esse aspecto não é só uma peculiaridade dos livros. Tal realidade tem, principalmente, na Indefensabilidade da criança frente a esse perigo e na carência afetiva dos filhos em relação aos pais, suas principais raízes. Em primeira instância, tem-se que, de acordo com a teoria freudiana, o que acontece durante a formação do Ego, regulador do certo e errado, na criança, de 0 a 6 anos, é de suma relevância para o comportamento futuro dela. Posto isso, é cabível salientar sobre o caso Beth, uma menina americana que foi abusada, por seu pai biológico, quando tinha apenas 1 ano e, posteriormente, aos 6, demonstrava-se totalmente empática ao falar friamente do desejo de matar seu irmão e pais adotivos, sob o pretexto de querer causar a todos, o mesmo sofrimento pelo qual passou. Nessa perspectiva, verifica-se que o cuidado e carinho nos primeiros anos de vida são imprescindíveis para garantir a saúde futura de um jovem, visto que um trauma na infância pode provocar distúrbios, por vezes irremediáveis, na vida de uma pessoa. Não obstante, segundo o pensamento marxista, a economia é a base da sociedade, determinando as relações sociais e comportamentais. Nesse sentido, os valores morais são, por vezes, perdidos em prol do bem estar financeiro e social. Sendo assim, os filhos ficam submetidos mais aos cuidados de babás do que dos próprios pais. Como consequência, é notável o sentimento de abandono e vazio dessas crianças que, ao verem um adulto prometendo carinho e afeto, não se incomodarão, a princípio, nas consequências que isso poderá gerar, comprovando o escrito por Vladimir. Tal realidade, fortalecida pelas oportunidades cedidas pelas redes sociais, acaba propiciando um ambiente fértil para a dissolução de pensamentos pedófilos. Nessa concepção, portanto, vê-se a necessidade de medidas para combater o impasse. Assim, é preciso que as Secretárias Municipais, em consonância com a mídia, realizem veementes campanhas para demonstrar a importância de se denunciar casos de abusos sexuais, com recursos persuasivos direcionados principalmente às crianças, as fomentando a delatar os assédios. Adjunto a isso, as escolas, em concomitância com a família, tem papel fundamental na conscientização do perigo de se confiar em estranhos, por intermédio de palestras com especialistas no assunto de defesa contra aliciadores virtuais e visitas mensais a psicólogos, a fim de que crianças e adolescentes consigam se proteger. Ademais, o Ministério da Justiça e Segurança Pública, somado ao Conselho Tutelar, deve elaborar delegacias especializadas em casos de abuso sexual infantil, com o intuito de que se reduzam consideravelmente. Desta maneira, talvez, alcançaremos uma sociedade onde o legado de “Lolita” não se perpetue.