No interior de Mato Grosso, na cidade de Dom Aquino, um crime de pedofilia chocou os moradores. O prefeito do município havia abusado sexualmente de, pelo menos, cinco meninas com menos de 11 anos. Apesar de responder a processo na justiça pelo crime de estupro de vulnerável, o prefeito, ao ser julgado pela Câmara de Vereadores, não teve seu mandato cassado. A condenação pelo crime veio somente quase seis anos após as denúncias. Esse pode parecer um caso isolado, porém, certamente não são raros os pedófilos sem punição ou que demoram a ser punidos, especialmente no interior do país, onde a mídia e opinião pública têm menos força. Enquanto isso, as vítimas permanecem à espera da justiça e vulneráveis com relação a possíveis novos crimes, principalmente porque, no Brasil, 60% dos pedófilos são pessoas conhecidas das famílias das vítimas, como vizinhos ou amigos próximos, como apontam dados da Delegacia de Repressão à Pedofilia, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, da Polícia Civil. As vítimas, geralmente, são meninas de 7 a 13 anos. Entretanto, embora a legislação brasileira contra a pedofilia tenha se tornado mais rígida a partir de 2009, quando as penas para o crime foram aumentadas, a justiça continua morosa e os pedófilos ainda podem responder ao processo em liberdade. Ademais, não basta apenas punir essas pessoas, é preciso que haja uma conscientização geral sobre o que é a pedofilia, sobretudo com relação às próprias crianças, para que o crime possa ser combatido com mais afinco. Portanto, o combate à pedofilia deve começar dentro de casa. Pais e responsáveis precisam ensinar às crianças o que é a pedofilia e como ela pode ocorrer. Manter um diálogo aberto com crianças e adolescentes é fundamental para conscientizá-los sobre perigos como a pedofilia. Além disso, os pais precisam ainda ficar atentos às conversas nos celulares e computadores para detectar quaisquer comportamentos inadequados. Já o governo, por meio da Polícia Civil dos estados, deve intensificar os trabalhos de rastreamento de pedófilos, investindo em tecnologias que contribuam para a busca ativa desses criminosos. Com relação à justiça, os juízes devem se conscientizar sobre o perigo de manter um pedófilo solto e dar prioridade aos processos que se referem ao crime, a fim de esses criminosos sejam punido o mais rápido possível.