Título da redação:

Que teu alimento seja teu remédio

Proposta: O desafio da alimentação saudável: luxo para poucos ou hábito acessível?

Redação enviada em 03/06/2017

No contexto social vigente, pressa e falta de tempo tornaram-se elementos rotineiros na vida da sociedade. Contudo, a saúde é um dos aspectos mais prejudicados por esse estilo de vida frenético: uma recente pesquisa do Ministério da Saúde mostrou que cerca de apenas 20% dos brasileiros consomem as 5 porções diárias de frutas e hortaliças recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Esse fator, somado ao sedentarismo, aumenta o risco de doenças crônicas. É lícito referenciar o pai da Medicina, Hipócrates, ao considerar o hábito alimentar como um remédio: a provisão nutricional adequada pode evitar o desencadeamento de várias moléstias, como doenças cardiovasculares e crônicas. Parte do problema das inúmeras disfunções que afetam a população brasileira está relacionado ao consumo de alimentos industrializados, fontes ricas em gordura, açúcar e sódio. A grande exposição à publicidade desses produtos transforma a alimentação do indivíduo, que busca a facilidade e rapidez na hora de comer. Em virtude desses hábitos, há o crescimento da taxa de obesidade, diabetes, doenças imunológicas e outros problemas que causam o aumento de custos com programas de tratamento para essas patologias. É pertinente elencar, por outro lado, que a oferta de produtos saudáveis como frutas e verduras é limitada pela questão financeira, já que o preço dos alimentos orgânicos, livres de agrotóxicos, é superior ao dos produtos comuns. Por conseguinte, os consumidores tendem a optar pelo mais barato, passível de caber no orçamento apertado. Tal cenário se dá não apenas pelo alto custo e produtividade menor dos orgânicos, mas também pela falta de incentivo e fiscalização governamental à produção com uso reduzido de agrotóxico e iniciativas educativas em prol da consciência alimentar. Com essas constatações, cabe ao Conselho Nacional de Autorregulação Publicitária (CONAR) a limitação de veiculação de propagandas alimentícias, bem como a exposição midiática dos malefícios de alimentos industrializados para a saúde através de campanhas publicitárias. Simultaneamente, faz-se necessário do Ministério da Agricultura o controle do uso de agrotóxicos na agricultura, e o incentivo à produção orgânica. À escola e a sociedade, por fim, cabe a tarefa de dar às crianças um modelo saudável de vida através da educação alimentar, na esperança de prevenir patologias que hoje acometem boa parte da população mundial.