Título da redação:

Quarto de despejo

Tema de redação: O desafio da alimentação saudável: luxo para poucos ou hábito acessível?

Redação enviada em 09/06/2017

Carolina Maria de Jesus, no livro “Quarto de despejo”, relata as dificuldades que passava enquanto vivia na favela, o “quarto de despejo” da cidade. Segundo ela, o arroz e o feijão, antes amigos dos marginais e pobres, os abandonaram para se tornarem os “novos ricos”, devido ao aumento do seu preço. Assim, nota-se que a alimentação saudável é um luxo para poucos, uma vez que seu elevado custo, junto com a alta quantidade de agrotóxicos nos alimentos encontrados nos supermercados, dificulta o acesso a produtos de qualidade para a maioria da população. Em primeiro lugar, os elevados preços de alimento saudáveis dificultam seu acesso para a população, que preferem consumir produtos industrializados que, além de serem muitas vezes mais baratos, são considerados mais práticos. Esse altos valores são causados pelos próprios custos da produção, aliados com os elevados impostos e custos logísticos, já que a maioria é entregue por caminhões que, para longas distâncias, gera maior gasto do que se fosse utilizado o transporte aquaviário ou ferroviário. Somado a isso, o excessivo uso de agrotóxicos nas hortaliças, visando eliminar pragas que a ameacem e aumentar sua durabilidade, pode causar prejuízos à saúde, variando de acordo com a idade, peso e nível de exposição do consumidor ou do próprio aplicador a esses produtos. Por isso, a melhor alternativa seria investir em alimentos orgânicos ou hidropônicos, porém, eles apresentam um custo ainda maior do que as verduras com agrotóxicos, tornando-se inviável para a população mais carente. Fica evidente, portanto, que a alimentação saudável é um luxo para aqueles que possuem mais recursos para investirem na própria saúde. Assim, é necessário que o Ministério do Transporte invista em melhorias no transporte ferroviário e aquaviário a fim de diminuir os custos logísticos. É responsabilidade da ANVISA fiscalizar o uso de agrotóxicos, garantindo seu uso corretamente sem causar riscos aos consumidores. Por fim, a população poderia plantar no fundo de suas próprias casas uma mini-horta, com as sementes das frutas e verduras já consumidas e que iriam para o lixo, obtendo produtos de qualidade a baixo custo. Dessa forma, pessoas como Carolina Maria de Jesus teriam mais condições de ter uma alimentação saudável, mesmo em seu quarto de despejo.