Título da redação:

Os desafios da alimentação escolar no Brasil

Proposta: O desafio da alimentação saudável: luxo para poucos ou hábito acessível?

Redação enviada em 24/10/2018

“Diz-me o que comes, dir-te-ei o que és". A frase é do escritor português Eça de Queiroz, que reflete sobre a importância da alimentação saudável na construção do indivíduo. Nesse contexto, a sociedade hodierna, acelerada e sintética,torna a questão da alimentação escolar um embate intrinsecamente ligado à realidade do país, seja pela quebra do processo educativo no âmbito familiar, seja pelo desvio de verbas direcionadas pelo governo. Em primeiro lugar, vale ressaltar a importância das instituições educacionais no processo de construção de hábitos alimentares saudáveis. Segundo a nutricionista Vanessa Manfre, esses são espaços privilegiados, por acompanharem a etapa infantil na qual se molda práticas que repercutirão por toda a vida. Sob esse viés, a escola deve fornecer refeições balanceadas, bem como promover a introdução de um cardápio que siga as recomendações nutricionais diárias. Contudo, o processo de reeducação é freado se não é instigado dentro do ambiente familiar, uma vez que o comportamento dos pais é espelhado pelos filhos. Logo, a união da dupla família e escola é indispensável no combate ao problema. Outrossim, destaca-se a falha distribuição de capital pelo Estado como impulsionadora da problemática. Segundo o filósofo grego Aristóteles, a política deve ser utilizada de modo que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade. De maneira análoga, é possível perceber que, no Brasil, embora exista o Programa Nacional de Alimentação Escolar para garantir a transferência de recursos financeiros que subsidiem a merenda, na prática, diversas escolas sofrem com o desvio de dinheiro público, segundo dados da Polícia Federal. Assim, o lapso na administração pública se constitui como obstáculo no alcance da harmonia aristotélica. Infere-se, portanto, que medidas são necessárias para a construção de um mundo melhor. Como já dito pelo pedagogo Paulo Freire, a educação transforma as pessoas, e essas mudam o mundo. Logo, o Ministério da Educação (MEC) deve instituir, nas escolas, palestras ministradas por nutricionistas, que discutam a relevância de um cardápio balanceado, tanto com os alunos quanto com os pais, a fim de que a conscientização acerca do tema seja incitada em todas as esferas, o que promoverá a saúde do indivíduo e de sua família. Ademais, o MEC deve certificar a devida distribuição de verbas, para que não haja carência no nutrimento das escolas. Dessa maneira, torná-se-á possível o alcance de um Brasil informado e, sobretudo, sadio.