Hipertensão arterial. Diabetes. Obesidade. Estas são doenças que têm como principal fator causador a má alimentação. No Brasil, segundo a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), de oito a cada dez indivíduos afirmam se esforçar para terem uma alimentação saudável por entender a importância dessa postura para a própria saúde. Entretanto, um dos desafios enfrentados é o alto valor cobrado por produtos naturais, principalmente, prejudicando àqueles com baixo poder aquisitivo e tornando esses itens artigos de luxo. Primeiramente, dentro da história, cabe destacar as mudanças alimentares. Pós Revolução Industrial, os produtos passaram a ser cada vez mais processados, de baixo custo e de grande aceitabilidade, durabilidade e conveniência. Ademais, com o êxodo rural, a vida urbana tornou-se mais acelerada, obrigando as pessoas a buscarem alternativas mais rápidas para a alimentação. Dessa forma, produtos carregados de aditivos, açúcar, sódio e gordura hidrogenada - altamente prejudiciais a saúde - passam a fazer parte da alimentação diária da população, causando uma série de distúrbios fisiológicos como: entupimento de veias, diabetes e obesidade. Outrossim, segundo uma pesquisa feita pela USP (Universidade de Saúde Pública de São Paulo), o preço das frutas, verduras e legumes desestimula o consumo pois, uma pessoa que deseja ingerir mil calorias desses alimentos gasta em média quinze vezes mais do que mil calorias de açúcar. Além do mais, a alta nos preços de produtos naturais se da em função do desperdício em fase inicial da manipulação pós-colheita e armazenagem que, segundo a FAO (Agência das Nações Unidas preocupada com a fome), é de cerca de 54%. Dessarte, o desafio de alimentar-se bem torna-se progressivamente caro. Fica claro, portanto, a necessidade de intervenção. A curto prazo, sob responsabilidade do Governo do Estado, o aumento de impostos em cima de produtos industrializados certamente desestimulará a compra por parte da população, bem como a diminuição de tributos em produtos naturais, permitirá uma troca vantajosa. Além disso, como principal influenciadora, a mídia, juntamente com profissionais da saúde e apoio do Governo do Estado, devem disseminar conteúdos que orientem a população para uma alimentação correta e saudável, por meio de propagandas e programas diários. Por fim, a longo prazo, esse tema deve ser inserido no ambiente escolar, a fim de impulsionar o desenvolvimento saudável desde a infância, garantindo deste modo a diminuição de gastos públicos com doenças como a hipertenção arterial, diabetes e obesidade.