Título da redação:

Mudança de hábito

Tema de redação: O desafio da alimentação saudável: luxo para poucos ou hábito acessível?

Redação enviada em 15/06/2017

Filósofo de século XX, Jean Paul Sartre, ao analisar as condutas do indivíduo, vai dizer que essas são provocadas pelo modo que o homem interpreta seu processo de formação social. Não distante disso está a sua preferência alimentar no mundo pós-fordista, a qual representa grandes preocupações quanto à recorrência de problemas de saúde. Desse modo, busquemos entender tal panorama, bem como possíveis soluções. Em primeira análise, imerso, numa sociedade globalizada e em alto grau de informatização, o homem tem amplo acesso às noções de manutenção da vida saudável, sendo assim, por que o consumo de processados e fritos ainda é predominante? Muitos vão dizer que a “corrida contra o tempo” imposta pelas relações trabalhistas e o preço desses alimentos comparados aos naturais são grandes empecilhos. E realmente são: de acordo com o IBGE, 85,6% dos 215 pais de alunos da rede pública questionados consideram alto o custo de frutas e hortaliças, de forma que apenas 1/3 deles confirmou o seu consumo regular. Entretanto, pode-se perceber que esse modo de analisar é decorrente de uma sociedade capitalista altamente midiatizada. Nesse meio se inserem inúmeras propagandas de produtos alimentícios industrializados como mais saborosos e a melhor escolha em qualquer ocasião as quais surgiram mais precisamente com a difusão do modo de vida americano e a entrada de multinacionais no país durante o tempo que Sartre realizou suas pesquisas. Desse modo, tais escolhas se fazem presentes em lanches escolares, almoços e momentos de lazer, com estaque para a cerveja, a qual represente 63,6% do consumo extra domiciliar, segundo IBGE. Isso demonstra que, muito além do gasto, esse fato social esta intrinsecamente ligado á influência, perpetuadora do hábito através das gerações. Percebe-se, portanto, que medidas devem ser tomadas para a reversão de tal costume destrutivo. Para esse fim, o governo, junto ao Ministério da Saúde, deve promover programas nacionais de incentivo ao consumo de alimentos saudáveis e, junto às redes de comércio alimentício, publicar nos meios de comunicação frutas e hortaliças com preços menores. Da mesma forma, mídias e escolas devem instruir a população jovem sobre os benefícios de ensopados e gralhados, além de apresentar alternativas mais baratas e ao mesmo tempo saudáveis, como o atum, a fim de transmitirem a seus familiares. Assim, poder-se-á ter consequências positivas da conduta do ser humano no meio em que vive.