A Constituição Brasileira de 1988 garante a saúde como direito de todos e dever do Estado. Sendo assim, a negligência de assuntos primordiais à saúde pública, como a inserção de alimentos saudáveis na alimentação de todos os brasileiros, torna-se exemplificadora da atual estratificação social que ocorre no país. O preço abusivo de alimentos naturais em contraposição com o preço baixo dos industrializados cria uma situação onde, aqueles mais desprovidos de capital, consomem comidas processadas em maior quantidade, sendo mais propensos a desenvolver doenças como diabetes e hipertensão. Ademais, o marketing exacerbado de produtos alimentícios instiga o consumo dos mesmos, que na maioria das vezes, são prejudicado à saúde. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) um terço das crianças com menos de dois anos de idade já bebe refrigerante ou sucos artificiais, cheios de açúcar. Dessa forma, nota-se que a cultura do refrigerante, assim como outras divulgadas pela mídia, influenciam diretamente no poder de compra do consumidor. Em virtude do exposto, fica evidente que medidas devem ser tomadas. Cabe ao Ministério Público diminuir as taxas de impostos de frutas, verduras e legumes, tornando-os mais acessíveis à população. Em consonância, o CONAR (Conselho Nacional de Autorregulação Publicitário) deve controlar as propagandas abusivas de produtos industrializados. Por último, cabe ao Ministério da Saúde tornar obrigatória a presença de nutricionistas nas unidades básicas de saúde do SUS, já que a mazela está diretamente ligada com a saúde humana, assim como defendia Hipócrates: "Que a comida seja teu alimento, e teu alimento sua medicina"