De acordo com a classe social a qual pertence, o cidadão brasileiro pode ser limitado a certos direitos, como o direito à alimentação saudável. Esse fato decorre, principalmente, dos altos preços de hortaliças e frutos no mercado e também da perda gradativa da identidade cultural. Segundo um estudo da Faculdade de Saúde Pública da USP, atualmente, hortaliças e legumes são a parte mais cara de uma dieta saudável. Sendo assim, a maioria da população opta por alimentos mais baratos, majoritariamente compostos por alimentos processados. Essa discrepância monetária é produto dos grandes gastos com o cultivo de legumes e verduras, devido à alta taxa de utilização de agrotóxicos em produções de larga escala. O funcionamento desse ciclo vicioso, segundo a Biologia, é simples: quanto mais se usa agrotóxicos, maior será a necessidade de utilização posterior, ou seja, se o agricultor utilizar certa quantidade de agrotóxicos em uma safra, na outra a quantidade dobrará, acarretando um aumento considerável no custo do produto final. Além disso, percebe-se que, nos últimos anos, o consumo de alimentos tradicionais tem sido gradativamente substituído por alimentos industrializados, caracterizando perda da identidade cultural. Um exemplo, segundo o endocrinologista Alfredo Halpern e a nutricionista Sônia Tucunduva, é a substituição do tradicional prato brasileiro de arroz e feijão (rico em vitaminas, carboidratos e minerais) pelos alimentos industrializados. Esse hábito acaba causando déficit no consumo de alimentos regionais, encarecendo-os. Dessa forma, o cidadão brasileiro começa a consumir produtos processados (ricos em gorduras e açúcares) e consequentemente a adquirir diversas doenças, dentre elas a hipertensão arterial e a diabetes. Diante do exposto supracitado, percebe-se que medidas sérias devem ser tomadas para tornar a alimentação saudável acessível à população. Uma das medidas é o incentivo governamental à extinção do uso de agrotóxicos dentro do cultivo por meio de programas que visem auxiliar tanto os grandes quanto os pequenos agricultores nesse processo. Outra medida necessária é a criação de feiras e mercados públicos municipais que visem à divulgação dos produtos regionais e seus principais benefícios a saúde. Dessa forma, o povo brasileiro será mais saudável, tanto do ponto de vista econômico quanto do ponto de vista biológico.