De acordo com John Stuart Mill, filósofo britânico, o indivíduo é soberano sobre o próprio corpo e mente. Diante disso, é possível relacionar o uso de drogas lícitas e ilícitas com a vontade e consequências individuais. Entretanto, no limiar do século XXI, o Brasil enfrenta um cenário desafiador: o embate entre o consumo de entorpecentes legais e ilegais. Em primeiro plano, por meio de uma ótica histórica, é possível relembrar da Lei Seca dos Estados Unidos no século XX, proibindo a fabricação e o consumo de álcool dentro do país norte americano. Ademais, vale ressaltar que o desfecho da legalização se deu por de justificativas fiscais e geração de empregos. Sob essa conjuntura, por coincidência ou não, um século depois ocorre processo semelhante com a maconha. Além disso, percebe-se que o uso de drogas pode ser prejudicial a curto e longo prazo, mas parafraseando Mill, o processo de decisão é individual, porém, é papel do Estado regulamentar e advertir do consumo, como o tabaco. Sendo assim, faz-se necessário enfatizar a função estatal de prover aos cidadãos a instrução necessário quanto ao consumo de drogas. Depreende-se, portanto, a necessidade de descriminalização do debate sobre as drogas e também a indispensabilidade de medidas imediatas. A fim de controlar o consumo de entorpecentes, o Governo Federal deve criar salas supervisionadas como as já existentes na Europa, promovendo o consumo seguro e controlado com a presença de assistentes sociais, educadores, médicos e profissionais especializados. Paralelamente, o Ministério da Educação em conjunto com professores tem de promover o debate desse cenário em escolas para a conscientização.