Al Capone. Um nome conhecido por quase todos graças a Lei Seca, imposta no EUA durante a década de 20, que possibilitou tornar milionários traficantes de bebidas alcoólicas, algo inimaginável atualmente.No Brasil, com a maior parte da sociedade e dos governantes considerados conservadores, as drogas são vistas como tabu e continuam enriquecendo o tráfico por todo o país. Há décadas com a mesma política antidrogas, os cidadãos brasileiros podem ser comparados com os cidadãos do livro clássico, Admirável Mundo Novo, em que qualquer mudança é vista como o desiquilíbrio da sociedade.Continuar a guerra contra as drogas é estar no passado, esse "combate" é o maior responsável pela crise do sistema carcerário ao prender por tráfico pessoas como a M, que não quis revelar sua identidade, em entrevista ao G1, conta ter sido presa portando um grama de maconha.Enquanto isso, os EUA aprendem com a sua história e com os impostos recolhidos após a legalização, investem em campanhas nas escolas que coíbem o uso de entorpecentes. Para muitos, não há razão para permitir o uso de drogas ao passo que faz-se campanhas para evitá-las, entretanto, essas medidas podem ser comparadas com a Lei Seca brasileira e a proibição do fumo em locais fechados de uso coletivo, ao ser impossível impedir o consumo, investe-se em modo de diminuir seus malefícios.Além disso, a prisão não auxila a diminuir o uso, já que ao ser visto como caso de polícia e não de saúde, muitos precisam se aliar ao tráfico para sobreviver em cadeias onde o poder público não consegue atuar, sendo libertos até com mais vícios do que quando entraram. Considerando que a guerra contra as drogas não é eficaz, cabe, portanto, ao Supremo Tribunal Federal descriminalizar o porte de drogas para consumo próprio, com algumas restrições sobre a quantidade e locais de uso, desestabilizando o tráfico e praticamente acabando com a superlotação nas penitenciarias. Além disso, os municípios devem repassar os impostos arrecadados para as escolas realizarem palestras e cartilhas sobre os danos que as drogas causam no organismo e nas relações familiares.Ademais, não basta deixar de prender, é necessário a criação de organizações, pelo Ministério da Saúde, análogas aos Alcoólicos anônimos que ajudem no tratamento de quem deseja largar o vício.