No documentário “Quebrando o Tabu”, obtem-se um importante panorama de discursos com personalidades da medicina, da política e de diversos segmentos da ciência sobre a possibilidade de o Estado impor a regulamentação das drogas e de seus usuários como uma forte medida de proteção e evolução dos direitos individuais. Nesse âmbito, adotar medidas que flexibilizem a política de drogas no Brasil, levando em conta o fracasso do modelo atual, que prima pela criminalização é a medida que se impõe. A princípio, é necessário destacar que a descriminalização do uso de drogas pode contribuir para o controle da qualidade dos entorpecentes e, consequentemente, para o desenvolvimento de políticas de recuperação de danos. Os benefícios podem ser demonstrados para sociedade pela regulamentação que já é feita em alguns estados americanos como o Colorado, o qual permite o uso controlado de produtos feitos com a maconha em lojas especializadas e trata o problema do combate às drogas como caso de saúde pública e não de polícia. Tais iniciativas têm sido fundamentais para a queda das atividades dos traficantes que misturam várias substâncias nocivas na maconha e para a evolução dos direitos civis. Embora estejam evidentes os benefícios da flexibilização da maconha para evitar que a população fique refém dos interesses do tráfico, no Brasil ainda impera a visão segundo a qual o militarismo é a solução para o combate às drogas. Esse pensamento falacioso é corroborado pelas políticas governamentais, como as recentes intervenções militares, no Rio de Janeiro, as quais são consideradas medidas eficazes para acabar com o tráfico. Porém, essa política proibicionista impede a população periférica do seu direito de ir e vir com os altos índices de mortes causadas pelo tiroteio entre os militares e traficantes. Tal cenário é preocupante, na medida em que empreender uma guerra aumenta ainda mais os níveis de criminalidade e fortalece o subdesenvolvimento do país. Fica evidente, pois, a urgência em coibir essa preocupante realidade. Para isso, é imprescindível que o Governo Federal, por meio do envio de recursos ao Ministério da saúde trate o uso de entorpecentes como caso de saúde pública, com o intuito de proteger os usuários além de flexibilizar a política de drogas, descriminalizando o seu uso, por intermédio da criação de lojas especializadas, visando impedir a violência causada pelo tráfico. Ademais, a Mídia – por seu papel na formação da opinião pública- pode promover campanhas educativas, a partir de profissionais capacitados no assunto, objetivando o esclarecimento sobre os perigos de consumir substâncias que não possuem rigor na qualidade. Assim, será possível construir um caminho de superação desse grave entrave social.