A descriminalização ou mesmo a legalização das drogas não é um sinônimo de avanço ou redução de vítimas. Seis anos atrás a capital paranaense, Curitiba, acordou com a notícia de que o ex-deputado, Carli Filho, havia tornado dois jovens vítimas da sua irresponsabilidade ao dirigir, não apenas em alta velocidade, como embriagado. Seis anos depois o mundo acorda com uma notícia similar, onde um homem havia atingido mais de duas dezenas de pessoas, sendo uma vítima fatal da sua embriaguez. Dados da EMCDDA (Centro de Monitoramento de Drogas e Dependência Química, em Português) mostram que países que tiveram drogas, como a maconha, descriminalizadas não obtiveram os resultados esperados. Ao contrário, aumentou o consumo, aumentaram os acidentes, consequentemente, o número de mortes. A problemática das drogas, do tráfico e das consequências é uma teia complexa e repleta de questionamentos. A decisão de utilizar alguma droga é de escolha individual? Tal escolha afeta mais alguém? Dados da Universidade Federal de São Paulo mostraram que para cada um usuário há, em média, quatro afetados. Então, não. Não é uma escolha individual a partir do momento em que uma ou mais pessoas podem ser afetadas. Portanto, há como resolver tal problemática? Em uma guerra é importante, mais do que a força, a estratégia. Na guerra contra as drogas a força é a polícia, é o exército, até mesmo o governo. A força é aqueles que dispõem do material e da função de proteger o estado, assim, tomando o controle de toda e qualquer entrada ou saída de drogas em território nacional. A estratégia é mais ampla, cabe a todos. É não mais permitir que comerciais televisivos e outros coloquem uma visão positiva por detrás do uso desses materiais, é parar de trazer bebida alcoólica como sinônimo de felicidade, ou outra droga, lícita ou não. É começar a mostrar a realidade, fria e dura como ela é. A estratégia é tirar o rótulo brilhante e mostrar o que isso realmente faz com você.