Casa de pai, escola de filho, já dizia o ditado. Mas o que acontece se a criança cresce limitada e repreendida quanto a assuntos tabus como, por exemplo, as drogas? E principalmente, as ilícitas, já que cerveja não faz mal, não é mesmo? No melhor dos casos, ela pode descobrir na rua que algumas proibições não fazem sentido e que talvez seus pais tenham exagerado, mas, para não criar conflito, não conversa sobre e nada se resolve eficientemente. O problema do consumo das drogas se volta a uma dualidade perigosa: enquanto há uma normalidade e aceitação social em torno das lícitas, há uma demonização das ilícitas, o que dificulta uma análise total de como todas elas estão inseridas na sociedade, suas características e o que de fato o uso delas desencadeia. A falta de diálogo aberto, sem julgamentos e condenações, implica na dificuldade e até na impossibilidade de tratar esse tema como forma de rever mudanças quanto às táticas de prevenção tanto na conscientização padrão, em que todos sabem de cor e salteado, mas poucos lembram em festas open bar ou nos confrontos polícia-“bandido” onde quem é atingido por bala perdida é a criança indo à escola. Por tudo isso, é notado um grande déficit de comunicação e esclarecimento acerca das drogas, o que possibilita a utilização inconsciente e inconsequente delas. Então, cabe ao Ministério da Justiça ser imparcial e incentivar a discussão aberta no meio educacional, onde já entra o Ministério da Educação, e também promover esse tema no âmbito da saúde, o que envolve o Ministério da Saúde, essa parceria atrelada ao uso da publicidade para disseminar o conteúdo, pode ser capaz de gerar conhecimento e conscientização na sociedade.