Título da redação:

O trabalho escravo e a dificudade de se romper com o enraizamento cultural

Tema de redação: O conceito de trabalho escravo em discussão no Brasil

Redação enviada em 13/10/2015

Em meio a história, o ato “simplista” de realizar trabalho, já foi e é fruto de muita discussão. Em meio ao âmbito acadêmico, áreas no qual circundam as ciências da natureza defendem a aplicação do trabalho como um esforço realizado por algum corpo, para que assim se possa conquistar uma recompensa. Segundo uma visão totalmente distinta, tomando por base o famoso sociólogo Marx Weber, o trabalho se faz como uma grande capacidade do ser humano de promover a realidade, agregando-a sentindo. Nesse contexto, é inegável que a capacidade de realizar trabalho torna-se um instrumento imprescindível na formação da história da humanidade. E por assim comportar grande importância, ao longo dos milênios serviu e serve como ferramenta sob a atuação de constante exploração para que se possa atingir lucros. É necessário afirmar antes de tudo sobre a grande presença e influência do trabalho escravo na formação da cultura brasileira. O Brasil, no que tange sua matriz colonial, foi um grande mantenedor de tais atuações escravistas. O que se defende aqui, é que o país ao longo de sua formação como estado nacional, fica marcado como um grande defensor do modelo escravista. Tais afirmativas podem ser constatadas por meio de análises do famoso sociólogo Gilberto Freyre, no qual dedicou toda a sua vida a um cansativo estudo de caso da formação do “jeitinho brasileiro”, presente em uma de suas maiores obras denominada “Casa grande e Senzala”. Nesta, podemos constatar que a presença do trabalho escravo no contexto atual não se trata de um fenômeno isolado, defendendo que tal processo se faz atuante desde os primórdios da formação do país. Por meio da análise de Freyre, constata-se que o Brasil possui impregnado em suas raízes o impune ato de se apropriar da capacidade de criar realidade dos indivíduos. Mesmo que o país tenha dado continuidade ao seu processo de formação, embora tenha passado por reformulações trabalhistas, ainda que tenha vivido a Era Vargas e a disponibilidade do gozo de direitos trabalhistas que se tornam vigentes até a conjuntura atual, o país ainda insiste em comportar grandes resquícios de enraizamento cultural do modelo escravista. Desta forma, ainda que não seja mantida a relação entre senhor e escravo no seu modo mais literal, ainda persiste o grande embate histórico entre o chefe x empregado sobre os diversos contextos de relações escravistas. O primeiro se adequa ao modelo liberal, buscando lucrar de modo intensivo e constante atrelado aos moldes impostos pelo capitalismo. O segundo é visto como instrumento de grande potencial para realizar trabalho, sendo explorado ao máximo e não sendo recompensando no “final” do processo. Portanto, tem-se a necessidade do reconhecimento da presença da cultura escravista na formação do país. Por mais que grande maioria da população consiga conquistar os direitos trabalhistas, deve-se reconhecer que existe grande parcela desta à mercê da omissão do estado. Essa dificuldade é gerada em sua grande maioria pela grande extensão territorial do país, sendo assim, é de grande importância que se faça presente órgão públicos fiscalizadores de exageros trabalhistas nas mais variadas regiões do país. Para que só assim, todos possam gozar livremente da capacidade natural de criar realidade tão defendida e almejada por Marx.