Enganam-se aqueles que pensam que o trabalho escravo no Brasil acabou em 1888 com a Abolição da escravidão. Essa realidade continua presente, mascarada nas grandes propriedades rurais e em centros urbanos. Em 2015, faz vinte anos que o país reconheceu a presença desse tipo de mão-de-obra perante à sociedade e a OIT (Organização Internacional do Trabalho) e desde então é possível afirmar que a única forma de combater esse mal é com investimentos na educação e maior acolhimento dos imigrantes presentes no país. Isso se evidencia pelo fato de cerca da metade dos trabalhadores resgatados nesse período serem analfabetos e pelo aumento da incidência de estrangeiros submetidos a esse tipo de trabalho por estarem irregulares por aqui Muitos brasileiros, devido à falta de oportunidades e formação, deixam suas famílias iludidos por propostas de empregos em áreas como a: agricultura, construção civil e indústrias, mas ao chegarem lá são submetidos a condições precárias de trabalho, jornadas exaustivas, falta de pagamento e pouco acesso à saúde e por falta de condições ou por restrição de liberdade são impedidos de retornar as suas casas. Segundo dados do Ministério do trabalho, cerca de 33% dos trabalhadores resgatados desde 1995 não eram alfabetizados e decorrente disso se tornavam alvos fáceis desses aliciadores. Além disso, muitos estrangeiros têm deixado seus países a procura de refúgio aqui no Brasil, devido a crise econômica mundial e guerras pelo mundo. Dessa forma, eles se tornam vítimas em potencial dos aliciadores, pois muitos entram de forma irregular e em decorrência disso precisam aceitar todo e qualquer tipo de serviço para poderem sobreviver. Vale ressaltar que a xenofobia, ou seja, a aversão a estrangeiros por parte de uma parcela da sociedade deixa essas pessoas excluídas do convívio social e mais uma vez vulneráveis à falsas propostas de retorno aos seus países e acabam caindo nas mãos do tráfico de pessoas, que está presente em todo o mundo. O governo, portanto, precisa investir em educação em todos os municípios e cidades do país para que as pessoas não precisem se distanciar de suas famílias para terem acesso as oportunidades que aqueles que moram em grandes centro urbanos têm. Nesse sentido, deve-se também ser feita a regularização da situação dos imigrantes presentes no país e a encaminhamento dos mesmos ao mercado de trabalho legal.