Título da redação:

Escravismo contemporâneo.

Tema de redação: O conceito de trabalho escravo em discussão no Brasil

Redação enviada em 17/10/2015

Com a luta incessante, pela abolição da escravatura, de nomes como Joaquim Nabuco, essa conquista finalmente foi alcançada em 1888 com a Lei Áurea. Contudo, é perceptível, na contemporaneidade, situações análogas ao trabalho escravo no Brasil, evidenciando que essa prática hedionda não foi totalmente extinta. Nesse contexto, é válido afirmar que essa realidade resiste ao tempo e às leis pela falta de oportunidades de trabalho para pessoas não escolarizadas somadas ao não acesso à informação, por parte dos trabalhadores, sobre os direitos trabalhistas. Em primeiro lugar, o trabalho escravo no século XXI, seja por dívida ou falta de outras oportunidades empregatícias que não exijam formação escolar, é caracterizado por: ameaças constantes, jornadas de até 12 horas por dia e, nenhuma condição higiênica ou digna para os trabalhadores. Com isso, indivíduos menos escolarizadas são obrigados a aceitar o aliciamento para o trabalho forçado e as vezes desconhecido. Atualmente o número de pessoas não alfabetizadas no Brasil é alarmante, sobretudo no Nordeste. Com a falta de oportunidades no mercado formal, o aliciamento para regiões como Minas Gerais e Maranhão, principais focos do trabalho servil, é intenso. Isso mostra que a deficiência na educação é uma das principais ferramentas para realidade colonial da contemporaneidade. Vale salientar, ainda, que, além da falta de escolaridade para as vítimas da servidão, a não informação e, consequentemente, o não poder de denunciar as situações análogas ao escravismo, é outro fator que contribui para perpetuidade das condições trabalhistas indignas no Brasil. Muitos trabalhadores são impedidos de ter acesso à mídia ou são obrigados a ficar trancafiados em sujas e desumanas instalações. Com isso, fica impossível o acesso ou até o conhecimento de leis trabalhistas que os favoreçam como a CLT implementada na Era Vargas e reformulada e ampliada na Constituição de 1988. Diante dessa realidade, é notório o despotismo praticado por fazendeiros, por exemplo, contra cidadãos em condições insalubres de trabalho. Diante do exposto, é preciso que o governo federal, através do Ministério da Educação, invista na educação a fim de minimizar os casos de trabalho escravo pela falta de formação escolar, isso pode ser feito ampliando o EJA (Educação de Jovens e Adultos) em regiões onde o índice de analfabetismo é maior, como no Nordeste. O Ministério do Trabalho, por sua vez, deve fiscalizar fazendas, principais focos do trabalho servil, distribuindo cópias das leis trabalhistas e incentivando a denúncia caso essas leis não venham ser cumpridas pelos patrões.