Ainda no seculo XIX, o abolicionista Joaquim Nabuco já afirmava que a escravidão permaneceria por muito tempo como característica nacional do Brasil. Mesmo que não seja mais evidenciada pela questão racial, o cerne que propicia a escravidão persiste: a submissão de seres humanos à condições de trabalho degradante em prol de maiores lucros. O Brasil é um país que recebe muitos imigrantes em busca de condições de vida satisfatória e oportunidades de trabalho. Porém, muitos acabam desamparados, devido à burocracia para a legalização de sua permanência ou pelo desemprego. Diante desse quadro, esses imigrantes acabam se submetendo à trabalhos em condições sub-humanas, trazendo para os tempos atuais o antigo conceito de "mais-valia", cunhado por Karl Marx, em que o lucro não é obtido somente pela venda do produto, mas também com o trabalho dos empregados. Além disso, é conveniente ressaltar uma grande utilização do trabalho escravo nas áreas rurais, principalmente em latifúndios agroexportadores. A distância dos centros urbanos propiciando a falta de fiscalização, junto à condição de vida muitas vezes ruim do morador do campo causada pela falta de recursos como saúde e educação, acabam por fomentar a exploração do trabalhador, o expondo à situações de total servidão É visível, portanto, que o problema da escravidão ainda é algo recorrente no Brasil. É necessária a cobrança de multas e imposição de embargos econômicos às empresas que utilizam trabalho escravo, assim como uma fiscalização ostensiva e mensal por parte de órgãos do Ministério do Trabalho nas zonas rurais, à fim de que possamos alterar a realidade prevista por Joaquim Nabuco para a nossa sociedade.