Título da redação:

Dois Brasis

Proposta: O conceito de trabalho escravo em discussão no Brasil

Redação enviada em 18/10/2015

O Brasil, por causa da abolição da escravatura em 1918, migrou do trabalho escravo para o assalariado num processo que foi bastante complexo. Todavia, algumas pessoas tiveram dificuldade para aceitar esta transformação social. Dessa forma, é “natural” que ainda haja resquícios de práticas análogas à escravidão no Brasil atual, que por sua vez, precisam ser combatidas. Monteiro Lobato em seu conto Negrinha faz uma crítica ao escravismo no Brasil, no qual por meio de uma personagem rica e latifundiária, julga a abolição como uma “indecência de negro igual”. Na qual, no pré-modernismo brasileiro, ao tematizar esse tipo de comportamento, mostrava preocupar-se em compreender essa nova realidade. Apesar de que, infelizmente, o mesmo, por sua vez, continua enraizado no país, que além de se refletir nos déspotas – fazendeiros e latifundiários, em sua maioria, ainda se julgam no direito de submeterem indivíduos em condições análogas de escravidão. Sendo por meio de ações como, a privação da liberdade, servidão por dívida, jornada de trabalho exaustiva, e condições degradantes. Sendo assim, a vida destes trabalhadores, é tratada apenas em suas próprias vontades. Ademais, é válido ressaltar que a escravidão atual também tem por base os níveis de escolaridade do indivíduo, visto que 33% dos trabalhadores escravos são analfabetos. Como apontam os dados do Ministério do Trabalho e Emprego. Ou seja, há assim, uma alienação do trabalhador, sendo forçados à reproduzirem os comandos do patrão, justamente pelo simples fato de não conhecerem seus direitos, e não poderem lutar pelos mesmos, como bem observou Karl Marx. Em sua obra o trabalho alienado. Fica claro, portanto, que o escravismo no país é uma realidade lamentável, e que apesar de atuações como da Comissão Pastoral da Terra, que já libertaram milhares de trabalhadores da escravidão, esta por si só não é suficiente. Sendo assim, não basta o Estado combater a escravidão; mas também dar aos libertos as condições para uma vida digna, como dizia o jurista Joaquim Nabuco. Dessa maneira, ações como a escolarização, ensinos por meio de palestras dos direitos do trabalhador, podem ser promovidos pela própria CTP, com o apoio do governo. Assim como, a mídia também pode ajudar por meio de campanhas e propagandas que visem a conscientizar a população, e à denunciar práticas como estas. De modo que, esses dois Brasis tão tematizado pelo pré-modernismo, dê lugar à somente um – O brasil da igualdade e da justiça.