A abolição da escravatura ocorreu em 13 de maio de 1888, com a Lei Áurea assinada pela princesa Isabel. Entretanto, apesar de tantos anos depois, essa prática ainda persiste de modo "disfarçado" na sociedade brasileira, devido, principalmente, ao modelo de colonização empregado no país, o qual deixou muitos resquícios e consequências. Amontoados, em condições desumanas, sujeitos a todos os tipos de mazelas. Assim, eram trazidos os negros da África para o Brasil. Este modelo econômico perdurou por vários anos e só acabou devido a campanha abolicionista promovida, principalmente, pela Inglaterra, que visava a expansão de seu mercado consumidor. Logo, o Brasil foi a última nação do mundo ocidental a abolir o trabalho escravo e apesar de juridicamente libertos, os alforriados tinham poucas oportunidades, faltavam moradias, condições econômicas e assistência do Estado para que pudessem viver dignamente. A partir disso, muitos voltaram a se submeter as condições de trabalho degradantes, pois era a única alternativa de sobrevivência. Não muito diferente de antigamente, hoje, ainda existem relações de trabalho escravo. O modelo contemporâneo, tem como característica predominante, seja de forma direta ou indireta, a proibição do direito de ir e vir, constituindo-se assim, uma violação ao artigo 5º da Constituição Federal o qual garante igualdade, liberdade e segurança. O método utilizado é o "gato", que consiste na promessa de bom salário, alojamento e alimentação. Entretanto, as condições reais são semelhantes a da época do Brasil Colônia, e essas pessoas acabam sendo submetidos a maus-tratos, fome e a retenção do salário por uma dívida que nunca acaba. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), há no país 30 mil trabalhadores vivendo em um regime de escravidão, com maior concentração na região norte, centro- oeste e nordeste devido a expansão da fronteira agrícola. Segundo Gandhi " Se queremos progredir, não devemos repetir a história, mas fazer uma história nova",a partir disso, algo deve ser feito para mudar essas situação. Por conseguinte, conclui-se que, mesmo com a abolição da escravatura no século XVIII, o XXI tem sido marcado por ainda existir relações de trabalho escravo. Portanto, é necessário que o governo amplie a fiscalização, fazendo revistas em áreas rurais e aplicando multas aos donos dessas áreas. Também, que o indivíduo ao receber uma proposta de emprego investigue a procedência dela. Além disso, que a sociedade e as ong´s unam-se, a fim de pressionar o governo para o estabelecimento de leis mais eficazes, que coíbam esses atos. Só assim, baseando-se em Gandhi, a história não se repetirá.