Não foi por acaso, que a Constituição de 1988, ficou conhecida como Constituição Cidadã. Com a sua promulgação, direitos básicos foram registrados e concedidos aos trabalhadores, no entanto, após quase três décadas, o Brasil apresenta um quadro vergonhoso. Trabalhadores são submetidos à condições de trabalho análogas ao escravismo. Não se trata de chibatadas, senzalas, e quilombos, hoje, o cenário é diferente e até mesmo o conceito de trabalho escravo é outro, mas as suas consequências são tão severas quanto as do período em que a escravidão predominava no país. Assim como àquela época, a área rural continua sendo a região que mais registra essa prática, seja pela jornada exaustiva, pelo trabalho forçado ou a servidão por dívidas, as condições laborais são tão degradantes que colocam em risco a integridade dos trabalhadores. Cabe apontar, ainda, que o espaço urbano também registra casos de trabalho escravo. Multinacionais ávidas em alcançar uma maior capitalização, implantam estrategicamente suas etapas de produção em regiões onde a educação é precária e, dessa forma, os trabalhadores não tendo outra opção, acabam por trabalhar demasiadamente em excesso em troca de baixos salários. Uma maneira inicial para coibir essa prática, é a população deixar de adquirir produtos de empresas que promovem esse tipo de abuso. Para isso, foi criado um aplicativo chamado Moda Brasil, o qual permite que as pessoas antes de comprar algum produto, fiquem sabendo a maneira de como a sua mercadoria foi produzida. Com base no exposto, iniciativa como a do aplicativo, mostra que algo no âmbito civil está sendo feito para conter essa prática, porém, muito ainda precisa se avançar para conter o trabalho análogo a escravidão. A chave fundamental para essa pauta, é que políticas governamentais atuem para que a educação chegue em todos os lugares, dessa forma, as pessoas possuirão conhecimento necessário para que trabalhos dignos sejam alcançados.